Por que reconsiderar a indicação do rastreamento do câncer de mama?

Resumo: O objetivo deste artigo foi discutir a recomendação do rastreamento mamográfico do câncer de mama e suas bases técnicas. A primeira parte tece considerações sobre critérios de decisão, que devem ser coerentes com evidências científicas de alta qualidade. A segunda discute o sobrediagnóstico, o maior dano do rastreamento, e seu significado questionador do modelo da história natural da doença. A terceira parte sintetiza estudos sobre eficácia, efetividade e danos do rastreamento, mostrando que os últimos (principalmente sobrediagnósticos e falsos positivos) são significativos e tornam a balança entre danos e benefícios duvidosa. Conclui-se que a recomendação de rastreamento mamográfico deve ser reconsiderada pelas autoridades sanitárias brasileiras em qualquer idade.

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Bibliographic Details
Main Authors: Tesser,Charles Dalcanale, d'Ávila,Thiago Luiz de Campos
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz 2016
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2016000500706
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Summary:Resumo: O objetivo deste artigo foi discutir a recomendação do rastreamento mamográfico do câncer de mama e suas bases técnicas. A primeira parte tece considerações sobre critérios de decisão, que devem ser coerentes com evidências científicas de alta qualidade. A segunda discute o sobrediagnóstico, o maior dano do rastreamento, e seu significado questionador do modelo da história natural da doença. A terceira parte sintetiza estudos sobre eficácia, efetividade e danos do rastreamento, mostrando que os últimos (principalmente sobrediagnósticos e falsos positivos) são significativos e tornam a balança entre danos e benefícios duvidosa. Conclui-se que a recomendação de rastreamento mamográfico deve ser reconsiderada pelas autoridades sanitárias brasileiras em qualquer idade.