Acesso à detecção precoce do câncer de mama no Sistema Único de Saúde: uma análise a partir dos dados do Sistema de Informações em Saúde

A redução recente na mortalidade por câncer de mama em países de alta renda é atribuída à detecção precoce e melhorias no tratamento. O câncer de mama é o tipo mais frequente de câncer feminino no Brasil, e, desde 2004, o governo recomenda o exame clínico anual das mamas para mulheres a partir dos 40 anos e rastreio mamográfico bienal entre 50 e 69 anos. Este artigo investiga o nível de implementação dessas recomendações usando os dados dos sistemas de informações do SUS de 2010 por macrorregião e grupo etário. Evidenciou-se uma cobertura baixa de mamografia entre a população alvo (32%: 50-59 anos; 25%: 60-69 anos). A proporção de mulheres com achados radiológicos anormais submetidas à biópsia também foi baixa (27%: 50-59 anos; 63%: 60-69 anos). O número de cirurgias para câncer de mama foi maior do que o número de casos detectáveis pela mamografia, mas muito inferior ao número estimado de casos incidentes para 2010. Existem marcadas desigualdades regionais no acesso à detecção precoce e à cirurgia, sendo o acesso mais baixo na Região Norte e mais alto na Região Sul.

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Bibliographic Details
Main Authors: Azevedo e Silva,Gulnar, Bustamante-Teixeira,Maria Teresa, Aquino,Estela M. L., Tomazelli,Jeane Glaucia, dos-Santos-Silva,Isabel
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz 2014
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2014000701537
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Summary:A redução recente na mortalidade por câncer de mama em países de alta renda é atribuída à detecção precoce e melhorias no tratamento. O câncer de mama é o tipo mais frequente de câncer feminino no Brasil, e, desde 2004, o governo recomenda o exame clínico anual das mamas para mulheres a partir dos 40 anos e rastreio mamográfico bienal entre 50 e 69 anos. Este artigo investiga o nível de implementação dessas recomendações usando os dados dos sistemas de informações do SUS de 2010 por macrorregião e grupo etário. Evidenciou-se uma cobertura baixa de mamografia entre a população alvo (32%: 50-59 anos; 25%: 60-69 anos). A proporção de mulheres com achados radiológicos anormais submetidas à biópsia também foi baixa (27%: 50-59 anos; 63%: 60-69 anos). O número de cirurgias para câncer de mama foi maior do que o número de casos detectáveis pela mamografia, mas muito inferior ao número estimado de casos incidentes para 2010. Existem marcadas desigualdades regionais no acesso à detecção precoce e à cirurgia, sendo o acesso mais baixo na Região Norte e mais alto na Região Sul.