Acidentes de trânsito com vítimas: sub-registro, caracterização e letalidade

Com o objetivo de descrever os acidentes de trânsito de uma cidade de porte médio e comparar os riscos de lesão e morte de diferentes tipos de veículos e pedestres, foram registrados dados de todos os acidentes de trânsito identificados por meio de boletins de ocorrência e de fichas de atendimento de pronto-socorro durante um período de dois anos. Os óbitos por acidentes de trânsito foram rastreados e verificados junto ao Instituto Médico Legal e o número de veículos registrados no município obtido através do Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul. Foram calculadas taxas de acidente e morte por habitante e por veículo, e realizados testes de associação entre variáveis. Observou-se um sub-registro importante de acidentes a partir do boletim de ocorrência (até 53%), que variou em função do tipo do acidente e da hora de ocorrência. A maior letalidade ocorreu entre ciclistas e pedestres (cerca de 5%), seguidos pelos motociclistas (3%), sendo pedestres o maior contingente de vítimas fatais. Encontrou-se um risco oito vezes maior de morte, quatro vezes maior de lesão e duas vezes maior de atropelar um pedestre para os motociclistas, comparados com os automobilistas. Concluímos que os pedestres e motociclistas são os grupos prioritários para intervenções preventivas.

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Bibliographic Details
Main Authors: Barros,Aluísio J. D., Amaral,Rodrigo L., Oliveira,Maria Simone B., Lima,Scilla C., Gonçalves,Evandro V.
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz 2003
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2003000400021
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Summary:Com o objetivo de descrever os acidentes de trânsito de uma cidade de porte médio e comparar os riscos de lesão e morte de diferentes tipos de veículos e pedestres, foram registrados dados de todos os acidentes de trânsito identificados por meio de boletins de ocorrência e de fichas de atendimento de pronto-socorro durante um período de dois anos. Os óbitos por acidentes de trânsito foram rastreados e verificados junto ao Instituto Médico Legal e o número de veículos registrados no município obtido através do Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul. Foram calculadas taxas de acidente e morte por habitante e por veículo, e realizados testes de associação entre variáveis. Observou-se um sub-registro importante de acidentes a partir do boletim de ocorrência (até 53%), que variou em função do tipo do acidente e da hora de ocorrência. A maior letalidade ocorreu entre ciclistas e pedestres (cerca de 5%), seguidos pelos motociclistas (3%), sendo pedestres o maior contingente de vítimas fatais. Encontrou-se um risco oito vezes maior de morte, quatro vezes maior de lesão e duas vezes maior de atropelar um pedestre para os motociclistas, comparados com os automobilistas. Concluímos que os pedestres e motociclistas são os grupos prioritários para intervenções preventivas.