Diferenciais intra-urbanos no Município de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil: potencial de uso para o planejamento em saúde

Partindo do pressuposto de que a ocupação espacial da população é um processo socialmente construído, e que o espaço social é determinante no processo saúde/doença, o presente estudo identificou e agrupou os setores homogêneos quanto à condição de vida no Município de Florianópolis. Selecionou, dentre as variáveis sócio-econômicas do censo demográfico brasileiro, as que melhor identificavam os diferenciais intra-urbanos de condição de vida no município. Categorizou as variáveis observando os aspectos de uniformidade dos grupos e a orientação da literatura. Utilizou a Análise Fatorial de Correspondência, no processo de agrupamento dos setores, definido pelas variáveis: Renda Alta, Renda Baixa, Escolaridade Alta, Analfabetismo e Coleta Precária do Lixo. Como resultado, observou que o município pode ser dividido em quatro grupos homogêneos: dois oponentes, com melhores e piores condições de escolaridade e renda e dois medianos, nos quais a diferença é determinada pelo acesso aos serviços públicos. Indica as regiões Norte e Sul como as merecedoras de maior atenção dos gestores públicos. Identifica uma distribuição heterogênea dos domicílios no interior dos setores, caracterizando Florianópolis por não apresentar grupos concentrados de pobreza, o que não pode ser entendido como ausência desses grupos no município.

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Bibliographic Details
Main Authors: Lacerda,Josimari Telino de, Calvo,Maria Cristina Marino, Freitas,Sérgio Fernando Torres de
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz 2002
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2002000500026
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Description
Summary:Partindo do pressuposto de que a ocupação espacial da população é um processo socialmente construído, e que o espaço social é determinante no processo saúde/doença, o presente estudo identificou e agrupou os setores homogêneos quanto à condição de vida no Município de Florianópolis. Selecionou, dentre as variáveis sócio-econômicas do censo demográfico brasileiro, as que melhor identificavam os diferenciais intra-urbanos de condição de vida no município. Categorizou as variáveis observando os aspectos de uniformidade dos grupos e a orientação da literatura. Utilizou a Análise Fatorial de Correspondência, no processo de agrupamento dos setores, definido pelas variáveis: Renda Alta, Renda Baixa, Escolaridade Alta, Analfabetismo e Coleta Precária do Lixo. Como resultado, observou que o município pode ser dividido em quatro grupos homogêneos: dois oponentes, com melhores e piores condições de escolaridade e renda e dois medianos, nos quais a diferença é determinada pelo acesso aos serviços públicos. Indica as regiões Norte e Sul como as merecedoras de maior atenção dos gestores públicos. Identifica uma distribuição heterogênea dos domicílios no interior dos setores, caracterizando Florianópolis por não apresentar grupos concentrados de pobreza, o que não pode ser entendido como ausência desses grupos no município.