Evolução da esquistossomose na Zona da Mata Sul de Pernambuco. Epidemiologia e situação atual: controle ou descontrole?

Em busca de compreender a situação atual da esquistossomose na Zona da Mata Sul de Pernambuco, área de plantio e de produção de açúcar e álcool, o presente estudo contempla as seguintes fases: origem, evolução e determinantes básicos deste processo de saúde e doença (historicidade e temporalidade), centrados na epidemiologia moderna e no conhecimento crítico dos abrangentes programas estatais de intervenção realizados nesta área a partir de 1970, e, por último, a situação atual, avaliada por meio de um estudo de caso, realizado em 17 municípios, compreendendo 1.424 localidades e população de 485.200 habitantes, com índices de prevalência que a tornam a segunda área endêmica do País. Com base na análise dos resultados dos programas, através de séries temporais, compreendendo 14 anos, pode-se chegar às seguintes conclusões: a) os índices atuais de positividade nos municípios/localidades são mais elevados do que os observados no início da década de 80; b) a estratégia fundamental dos programas estava centrada, quase que exclusivamente, no tratamento em massa da população, determinando posterior reinfestação e surgimento de novos casos; c) propostas como a de descentralização/municipalização contidas no PCDEN (Programa de Controle das Doenças Endêmicas no Nordeste), na década de 90, não foram implantadas de forma efetiva, mantendo-se uma situação de não-controle dessa secular endemia.

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Main Authors: Carvalho,Eduardo M. Freese de, Acioli,Moab D., Branco,Maria Alice F., Costa,André M., Cesse,Eduarda A. P., Andrade,Antonieta G. de, Mello,Elda de M. L. L. e
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz 1998
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X1998000400020
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Summary:Em busca de compreender a situação atual da esquistossomose na Zona da Mata Sul de Pernambuco, área de plantio e de produção de açúcar e álcool, o presente estudo contempla as seguintes fases: origem, evolução e determinantes básicos deste processo de saúde e doença (historicidade e temporalidade), centrados na epidemiologia moderna e no conhecimento crítico dos abrangentes programas estatais de intervenção realizados nesta área a partir de 1970, e, por último, a situação atual, avaliada por meio de um estudo de caso, realizado em 17 municípios, compreendendo 1.424 localidades e população de 485.200 habitantes, com índices de prevalência que a tornam a segunda área endêmica do País. Com base na análise dos resultados dos programas, através de séries temporais, compreendendo 14 anos, pode-se chegar às seguintes conclusões: a) os índices atuais de positividade nos municípios/localidades são mais elevados do que os observados no início da década de 80; b) a estratégia fundamental dos programas estava centrada, quase que exclusivamente, no tratamento em massa da população, determinando posterior reinfestação e surgimento de novos casos; c) propostas como a de descentralização/municipalização contidas no PCDEN (Programa de Controle das Doenças Endêmicas no Nordeste), na década de 90, não foram implantadas de forma efetiva, mantendo-se uma situação de não-controle dessa secular endemia.