Algumas considerações metodológicas sobre os estudos epidemiológicos das Lesões por Esforços Repetitivos (LER)

As lesões por esforços repetitivos (LER) constituem-se um problema de saúde pública, com repercussões sociais e econômicas. Este artigo apresenta uma revisão crítica dos estudos epidemiológicos das últimas duas décadas. A grande maioria desses estudos foi de corte transversal e exploratório, e os resultados são difíceis de interpretar devido aos problemas metodológicos. Entre os principais problemas notados estão: falta de padronização e rigor na definição e identificação de casos, não diferenciação dos "casos" segundo a especificidade e gravidade clínica, inclusão de "casos" prevalentes e incidentes no mesmo estudo, imprecisão e precariedade na definição e mensuração dos fatores de exposição e de confusão relevantes, além das limitações intrínsecas dos estudos de prevalência para inferir causalidade. Essas limitações resultam em parte da insuficiência de conhecimento científico das lesões de tecidos moles de membros superiores e da falta de métodos diagnósticos confiáveis. Entretanto, tais dificuldades podem ser minimizadas com desenhos mais apropriados e que levem em consideração e estratifiquem casos segundo a especificidade do quadro clínico e grau de certeza do diagnóstico.

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Bibliographic Details
Main Authors: Santos Filho,Serafim Barbosa, Barreto,Sandhi Maria
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz 1998
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X1998000300012
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Summary:As lesões por esforços repetitivos (LER) constituem-se um problema de saúde pública, com repercussões sociais e econômicas. Este artigo apresenta uma revisão crítica dos estudos epidemiológicos das últimas duas décadas. A grande maioria desses estudos foi de corte transversal e exploratório, e os resultados são difíceis de interpretar devido aos problemas metodológicos. Entre os principais problemas notados estão: falta de padronização e rigor na definição e identificação de casos, não diferenciação dos "casos" segundo a especificidade e gravidade clínica, inclusão de "casos" prevalentes e incidentes no mesmo estudo, imprecisão e precariedade na definição e mensuração dos fatores de exposição e de confusão relevantes, além das limitações intrínsecas dos estudos de prevalência para inferir causalidade. Essas limitações resultam em parte da insuficiência de conhecimento científico das lesões de tecidos moles de membros superiores e da falta de métodos diagnósticos confiáveis. Entretanto, tais dificuldades podem ser minimizadas com desenhos mais apropriados e que levem em consideração e estratifiquem casos segundo a especificidade do quadro clínico e grau de certeza do diagnóstico.