Resistência à traça-do-tomateiro em plantas com altos teores de acilaçúcares nas folhas

A traça-do-tomateiro foi constatada pela primeira vez no Brasil em 1980 estando hoje dentre as principais pragas da tomaticultura nacional. O controle desta praga é feito principalmente por inseticidas, sendo realizada em casos extremos, até três pulverizações semanais. Acessos silvestres de tomateiro como S. pennellii LA-716 possuem resistência a pragas, mediada pela presença de acilaçúcares nos folíolos. Os objetivos deste trabalho foram obter genótipos de tomateiro com características comerciais e altos teores foliares de acilaçúcares (AA), e avaliar seus níveis de resistência à traça do tomateiro Tuta absoluta. Os genótipos foram obtidos a partir de populações segregantes (F2) oriundas do cruzamento entre AF-8665 (linhagem elite com baixos teores de AA) e as linhagens BPX370E-30-275-11-7, BPX370E-30-275-11-8, BPX370E-30-380-68-6 e BPX370E-30-380-68-8 (linhagens pré-comerciais com altos teores, obtidas a partir do cruzamento interespecífico S. lycopersicum x S. pennellii LA-716). Plantas F2 previamente selecionadas com base nos teores de AA foram clonadas e em seguida testadas quanto à resistência à traça-do-tomateiro. Genótipos selecionados para altos teores de AA expressaram menor ovoposição da traça e níveis inferiores de danos causados à planta pela infestação do microlepidóptero do que genótipos (comerciais ou não) com baixos teores de AA. Embora genótipos com altos teores de AA tenham sido mais resistentes à traça do que os demais, seus níveis de resistência podem ser dependentes do background genotípico: clones BPX-410H (alto teor de AA) mostraram-se em geral ligeiramente mais resistentes do que o dos clones BPX-370G (também alto teor de AA). Os clones BPX-410H-01pl#281, BPX-410H-04pl#348 e BPX-410H-04pl#481 foram superiores nas avaliações de resistência à traça e são recomendados para a continuidade do programa de melhoramento.

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Bibliographic Details
Main Authors: Gonçalves Neto,Álvaro C, Silva,Vanisse de F, Maluf,Wilson Roberto, Maciel,Gabriel M, Nízio,Daniela AC, Gomes,Luiz AA, Azevedo,Sebastião M de
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Associação Brasileira de Horticultura 2010
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-05362010000200011
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Description
Summary:A traça-do-tomateiro foi constatada pela primeira vez no Brasil em 1980 estando hoje dentre as principais pragas da tomaticultura nacional. O controle desta praga é feito principalmente por inseticidas, sendo realizada em casos extremos, até três pulverizações semanais. Acessos silvestres de tomateiro como S. pennellii LA-716 possuem resistência a pragas, mediada pela presença de acilaçúcares nos folíolos. Os objetivos deste trabalho foram obter genótipos de tomateiro com características comerciais e altos teores foliares de acilaçúcares (AA), e avaliar seus níveis de resistência à traça do tomateiro Tuta absoluta. Os genótipos foram obtidos a partir de populações segregantes (F2) oriundas do cruzamento entre AF-8665 (linhagem elite com baixos teores de AA) e as linhagens BPX370E-30-275-11-7, BPX370E-30-275-11-8, BPX370E-30-380-68-6 e BPX370E-30-380-68-8 (linhagens pré-comerciais com altos teores, obtidas a partir do cruzamento interespecífico S. lycopersicum x S. pennellii LA-716). Plantas F2 previamente selecionadas com base nos teores de AA foram clonadas e em seguida testadas quanto à resistência à traça-do-tomateiro. Genótipos selecionados para altos teores de AA expressaram menor ovoposição da traça e níveis inferiores de danos causados à planta pela infestação do microlepidóptero do que genótipos (comerciais ou não) com baixos teores de AA. Embora genótipos com altos teores de AA tenham sido mais resistentes à traça do que os demais, seus níveis de resistência podem ser dependentes do background genotípico: clones BPX-410H (alto teor de AA) mostraram-se em geral ligeiramente mais resistentes do que o dos clones BPX-370G (também alto teor de AA). Os clones BPX-410H-01pl#281, BPX-410H-04pl#348 e BPX-410H-04pl#481 foram superiores nas avaliações de resistência à traça e são recomendados para a continuidade do programa de melhoramento.