Ressignificando a Relação entre Calouros e Veteranos: Mentoria de Pares na Visão de Alunos Mentores
Resumo: Introdução: A mentoria de pares tem sido reconhecida como uma das intervenções de suporte para o enfrentamento de um dos mais estressantes momentos para os estudantes - a transição para o ensino superior. Este estudo traz a experiência do primeiro ano de atividade de um programa de mentoria de pares realizado numa escola médica brasileira. Este estudo teve como objetivos descrever o processo do “fazer mentoria de pares” com calouros do curso médico e apresentar as satisfações e os desafios encontrados no caminho, assim como as sugestões para o aprimoramento da atividade. Método: Analisaram-se qualitativamente os feedbacks enviados ao longo do ano por veteranos que assumiram o papel de mentores. Os depoimentos foram sintetizados tendo por referencial o método do discurso do sujeito coletivo. Resultados: Os mentores realizaram ações de suporte acadêmico e pessoal, e também foram anfitriões do ambiente acadêmico. Os encontros presenciais foram de difícil realização, sendo complementados por encontros virtuais. Encontrar um horário comum e manter a periodicidade dos encontros foram os principais desafios. Desinteresse de alguns calouros e esvaziamento de demandas na segunda metade do ano geraram frustração. No entanto, os mentores observaram o crescimento dos calouros e o seu próprio desenvolvimento pessoal, expressando sentimentos de gratidão e satisfação com os vínculos afetivos criados. Para as próximas experiências, os mentores sugeriram um início mais precoce do programa, menor número de calouros por grupo e maior acompanhamento das atividades pela coordenação. Pedidos expressos para que a mentoria continue no futuro foram feitos. Conclusões: Fazer mentoria de pares é um fazer amplo nos campos acadêmico, pessoal e social. Os calouros recebem ajuda para lidar com as incertezas do início do curso em um espaço seguro em que ansiedades podem ser compartilhadas. A relação de mentoria é mutuamente benéfica e o veterano também se desenvolve ao longo do processo. Dificuldades na realização dos encontros mostraram-se presentes e aprimoramentos precisam ser realizados para maior engajamento com a atividade e ampliação de seus benefícios.
Main Authors: | , , |
---|---|
Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Associação Brasileira de Educação Médica
2020
|
Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022020000400221 |
Tags: |
Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
|
Summary: | Resumo: Introdução: A mentoria de pares tem sido reconhecida como uma das intervenções de suporte para o enfrentamento de um dos mais estressantes momentos para os estudantes - a transição para o ensino superior. Este estudo traz a experiência do primeiro ano de atividade de um programa de mentoria de pares realizado numa escola médica brasileira. Este estudo teve como objetivos descrever o processo do “fazer mentoria de pares” com calouros do curso médico e apresentar as satisfações e os desafios encontrados no caminho, assim como as sugestões para o aprimoramento da atividade. Método: Analisaram-se qualitativamente os feedbacks enviados ao longo do ano por veteranos que assumiram o papel de mentores. Os depoimentos foram sintetizados tendo por referencial o método do discurso do sujeito coletivo. Resultados: Os mentores realizaram ações de suporte acadêmico e pessoal, e também foram anfitriões do ambiente acadêmico. Os encontros presenciais foram de difícil realização, sendo complementados por encontros virtuais. Encontrar um horário comum e manter a periodicidade dos encontros foram os principais desafios. Desinteresse de alguns calouros e esvaziamento de demandas na segunda metade do ano geraram frustração. No entanto, os mentores observaram o crescimento dos calouros e o seu próprio desenvolvimento pessoal, expressando sentimentos de gratidão e satisfação com os vínculos afetivos criados. Para as próximas experiências, os mentores sugeriram um início mais precoce do programa, menor número de calouros por grupo e maior acompanhamento das atividades pela coordenação. Pedidos expressos para que a mentoria continue no futuro foram feitos. Conclusões: Fazer mentoria de pares é um fazer amplo nos campos acadêmico, pessoal e social. Os calouros recebem ajuda para lidar com as incertezas do início do curso em um espaço seguro em que ansiedades podem ser compartilhadas. A relação de mentoria é mutuamente benéfica e o veterano também se desenvolve ao longo do processo. Dificuldades na realização dos encontros mostraram-se presentes e aprimoramentos precisam ser realizados para maior engajamento com a atividade e ampliação de seus benefícios. |
---|