Variação da composição e abundância das espécies da Classe Appendicularia e seu uso como potenciais bioindicadoras de regiões e massas de água superficiais na área da Bacia de Campos, Rio de Janeiro, Brasil

RESUMO Estudos sobre a variação espacial das espécies de apendiculárias e sua relação com as massas de água são raros, principalmente no Atlântico Sul. O atual estudo pretende preencher a lacuna de conhecimento sobre a abundância, composição específica e a função de bioindicadora das apendiculárias, em diferentes regiões (plataforma continental e talude) e massas de água, no Atlântico Sul Ocidental. As coletas foram realizadas no período chuvoso (de fevereiro a abril de 2009) e no período seco (de agosto a setembro de 2009) na camada subsuperficial. As massas de água encontradas na superfície na plataforma continental da área de estudo foram a Água Tropical (AT), que predominou no período chuvoso, e a Água Costeira (AC), que predominou no período seco. Em ambos os períodos de coleta não foram registradas a presença da Água Central do Atlântico Sul (ACAS) na superfície na plataforma continental. As apendiculárias foram mais abundantes na região de plataforma continental influenciada pela AC. Foi identificado um total de 12 espécies da Classe Appendicularia. Oikopleura longicauda Vogt, 1854 e O. fusiformis Fol, 1872 foram as espécies mais abundantes. Oikopleura dioica Fol, 1872 foi encontrada exclusivamente na plataforma continental na AC. Apesar não ser observado a presença de ACAS na superfície, altos valores da densidade de apendiculária em frente a Cabo Frio sugerem a influência de uma pós-ressurgência no local. Também foram observados valores elevados na abundância das apendiculárias em frente ao rio Paraíba do Sul, com influência da AC. Este fato sugere a alta capacidade de incremento de nutrientes desse aporte fluvial. A variação espacial e as diferentes massas de água influenciaram a abundância e a composição das apendiculárias. Dentre as espécies identificadas, somente O. longicauda foi considerada como bioindicadora da AC.

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Bibliographic Details
Main Authors: Carvalho,Pedro F. de, Bonecker,Sérgio L. C.
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Museu de Ciências Naturais 2016
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0073-47212016000100222
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Summary:RESUMO Estudos sobre a variação espacial das espécies de apendiculárias e sua relação com as massas de água são raros, principalmente no Atlântico Sul. O atual estudo pretende preencher a lacuna de conhecimento sobre a abundância, composição específica e a função de bioindicadora das apendiculárias, em diferentes regiões (plataforma continental e talude) e massas de água, no Atlântico Sul Ocidental. As coletas foram realizadas no período chuvoso (de fevereiro a abril de 2009) e no período seco (de agosto a setembro de 2009) na camada subsuperficial. As massas de água encontradas na superfície na plataforma continental da área de estudo foram a Água Tropical (AT), que predominou no período chuvoso, e a Água Costeira (AC), que predominou no período seco. Em ambos os períodos de coleta não foram registradas a presença da Água Central do Atlântico Sul (ACAS) na superfície na plataforma continental. As apendiculárias foram mais abundantes na região de plataforma continental influenciada pela AC. Foi identificado um total de 12 espécies da Classe Appendicularia. Oikopleura longicauda Vogt, 1854 e O. fusiformis Fol, 1872 foram as espécies mais abundantes. Oikopleura dioica Fol, 1872 foi encontrada exclusivamente na plataforma continental na AC. Apesar não ser observado a presença de ACAS na superfície, altos valores da densidade de apendiculária em frente a Cabo Frio sugerem a influência de uma pós-ressurgência no local. Também foram observados valores elevados na abundância das apendiculárias em frente ao rio Paraíba do Sul, com influência da AC. Este fato sugere a alta capacidade de incremento de nutrientes desse aporte fluvial. A variação espacial e as diferentes massas de água influenciaram a abundância e a composição das apendiculárias. Dentre as espécies identificadas, somente O. longicauda foi considerada como bioindicadora da AC.