Con-vivendo com a soropositividade HIV/AIDS: do conceito aos preconceitos

Estudo interacionista objetivando identificar as reações e sentimentos do enfermeiro/cliente em relação a soropositividade HIV/AIDS. Emergiram dos discursos dos enfermeiros os significados: ter dificuldade de interação pelo medo do contágio e morte; tratar o cliente como não-pessoa; atuar como "informado". Dos discursos das pessoas soropositivas extrairam-se os significados: ser não-igual; aderir a vitimização/auto-exclusão; usar a manipulação da impressão; e ser desviante normal. Estas significações subsidiaram a reflexão acerca do seu conteúdo à luz da obra Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada, de Erwing Goffman(1988) e da Resolução COFEn -160/93. A compreensão do fenômeno sinaliza para práticas defensivas e excludentes, de ambas as partes, fundamentadas no temor da morte. Os resultados indicam necessidade de treinamento e oficinas de sensibilização dos profissionais de modo a capacitá-los para um cuidar holístico e humanitário que favoreça a (re)socialização do soropositivo.

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Bibliographic Details
Main Author: França,Inácia Sátiro Xavier de
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Associação Brasileira de Enfermagem 2000
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672000000400002
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Description
Summary:Estudo interacionista objetivando identificar as reações e sentimentos do enfermeiro/cliente em relação a soropositividade HIV/AIDS. Emergiram dos discursos dos enfermeiros os significados: ter dificuldade de interação pelo medo do contágio e morte; tratar o cliente como não-pessoa; atuar como "informado". Dos discursos das pessoas soropositivas extrairam-se os significados: ser não-igual; aderir a vitimização/auto-exclusão; usar a manipulação da impressão; e ser desviante normal. Estas significações subsidiaram a reflexão acerca do seu conteúdo à luz da obra Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada, de Erwing Goffman(1988) e da Resolução COFEn -160/93. A compreensão do fenômeno sinaliza para práticas defensivas e excludentes, de ambas as partes, fundamentadas no temor da morte. Os resultados indicam necessidade de treinamento e oficinas de sensibilização dos profissionais de modo a capacitá-los para um cuidar holístico e humanitário que favoreça a (re)socialização do soropositivo.