As Flutuações de Longo Prazo da Polarização no Brasil – Análise do Compartilhamento de Informações Políticas Entre 2011 e 2019
RESUMO A literatura especializada sobre polarização da circulação de informações políticas nas mídias digitais vem apontando uma segregação estrutural entre o consumo de notícias no espectro ideológico. Esses achados suportam a ideia de filtros-bolha relativamente estáveis que encapsulam a visão do mundo político. Essa pesquisa questiona se esses padrões se mantêm no longo prazo ou são condicionados por momentos de alta tensão, como eleições nacionais. Para isso, investiga quantitativamente os links citados em 7,7 milhões de publicações feitas no Facebook, entre 2011 e 2019, por páginas organizadas, por técnicas de análise de redes sociais, em clusters de esquerda e de direita. Os resultados enfatizam dinâmicas de polarização que não são estanques, mas flutuam de acordo com as configurações do sistema político. A principal contribuição desse artigo é demonstrar nuances da polarização, identificando não necessariamente polos segregados, mas fatores temporais, políticos e midiáticos que estimulam e arrefecem a insularidade informacional.
Main Author: | |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
2023
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Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-52582023000200201 |
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Summary: | RESUMO A literatura especializada sobre polarização da circulação de informações políticas nas mídias digitais vem apontando uma segregação estrutural entre o consumo de notícias no espectro ideológico. Esses achados suportam a ideia de filtros-bolha relativamente estáveis que encapsulam a visão do mundo político. Essa pesquisa questiona se esses padrões se mantêm no longo prazo ou são condicionados por momentos de alta tensão, como eleições nacionais. Para isso, investiga quantitativamente os links citados em 7,7 milhões de publicações feitas no Facebook, entre 2011 e 2019, por páginas organizadas, por técnicas de análise de redes sociais, em clusters de esquerda e de direita. Os resultados enfatizam dinâmicas de polarização que não são estanques, mas flutuam de acordo com as configurações do sistema político. A principal contribuição desse artigo é demonstrar nuances da polarização, identificando não necessariamente polos segregados, mas fatores temporais, políticos e midiáticos que estimulam e arrefecem a insularidade informacional. |
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