Encontros Globais e Confrontos Culturais: O Pentecostalismo Brasileiro à Conquista da Europa

O artigo analisa quatro igrejas pentecostais de Porto Alegre que põem em prática a política da “reconquista espiritual da Europa” posto que, segundo elas, este continente tornou-se demasiadamente materialista e estaria abandonando o cristianismo. Para atender este objetivo, o de “recristianizar a Europa”, essas igrejas fecham acordos de parcerias com igrejas e agentes religiosos de países europeus como “recurso estratégico” para deslanchar a “missão invertida”. Porém, como na Europa a maioria dos fiéis e dos missionários das igrejas de Porto Alegre não é composta por europeus, mas brasileiros, latinos e africanos, sugerimos que a “missão invertida” detém outros sentidos, para além do verbalizado, como auferir benefícios econômicos, abrir-se para o “global” e elevar o prestígio das igrejas e dos agentes no contexto sociorreligioso “local”. Enfim, analisam-se as tensões vividas pelos missionários brasileiros na Europa devido aos choques culturais que enfrentam e que repercutem na prática religiosa, sobretudo em relação ao espaço reservado à emoção nos rituais.

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Bibliographic Details
Main Authors: Oro,Ari Pedro, Alves,Daniel
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) 2015
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-52582015000400951
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Summary:O artigo analisa quatro igrejas pentecostais de Porto Alegre que põem em prática a política da “reconquista espiritual da Europa” posto que, segundo elas, este continente tornou-se demasiadamente materialista e estaria abandonando o cristianismo. Para atender este objetivo, o de “recristianizar a Europa”, essas igrejas fecham acordos de parcerias com igrejas e agentes religiosos de países europeus como “recurso estratégico” para deslanchar a “missão invertida”. Porém, como na Europa a maioria dos fiéis e dos missionários das igrejas de Porto Alegre não é composta por europeus, mas brasileiros, latinos e africanos, sugerimos que a “missão invertida” detém outros sentidos, para além do verbalizado, como auferir benefícios econômicos, abrir-se para o “global” e elevar o prestígio das igrejas e dos agentes no contexto sociorreligioso “local”. Enfim, analisam-se as tensões vividas pelos missionários brasileiros na Europa devido aos choques culturais que enfrentam e que repercutem na prática religiosa, sobretudo em relação ao espaço reservado à emoção nos rituais.