Insuficiência aguda hepática associada ao ácido valpróico na infância: relato de três casos
Relatamos três casos da insuficiência aguda hepática associada ao uso de ácido valpróico (AVP) em crianças epilépticas. A idade variou de 2 anos e 8 meses a 5 anos e 1 mês. Todos os pacientes apresentavam epilepsia de difícil controle e dois deles tinham desenvolvimento psicomotor severamente comprometido. O AVP foi usado em associação com outros antiepilépticos (carbamazepina em dois, fenobarbital em um). Todos os pacientes apresentaram sinais clínicos de insuficiência hepática.Vômitos, edema e icterícia foram os sinais iniciais. Febre ocorreu em dois pacientes. Os exames laboratoriais mostraram transaminases pouco aumentadas (inferiores a 194 U/l) e níveis de bilirrubina entre 5,5 e 19,8 mg%. Um dos pacientes usava a droga há 12 meses e os dois outros, há menos de 6 meses. Dois pacientes apresentaram resolução do quadro hepático após a retirada da droga e um faleceu. Com este relato, salientamos a toxicidade do AVP em crianças epilépticas mesmo acima de dois anos de idade, principalmente em uso de politerapia, com comprometimento neurológico, e que o quadro pode ser reversível com a retirada da droga.
Main Authors: | , , , , , |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Academia Brasileira de Neurologia - ABNEURO
1996
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Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1996000400015 |
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Summary: | Relatamos três casos da insuficiência aguda hepática associada ao uso de ácido valpróico (AVP) em crianças epilépticas. A idade variou de 2 anos e 8 meses a 5 anos e 1 mês. Todos os pacientes apresentavam epilepsia de difícil controle e dois deles tinham desenvolvimento psicomotor severamente comprometido. O AVP foi usado em associação com outros antiepilépticos (carbamazepina em dois, fenobarbital em um). Todos os pacientes apresentaram sinais clínicos de insuficiência hepática.Vômitos, edema e icterícia foram os sinais iniciais. Febre ocorreu em dois pacientes. Os exames laboratoriais mostraram transaminases pouco aumentadas (inferiores a 194 U/l) e níveis de bilirrubina entre 5,5 e 19,8 mg%. Um dos pacientes usava a droga há 12 meses e os dois outros, há menos de 6 meses. Dois pacientes apresentaram resolução do quadro hepático após a retirada da droga e um faleceu. Com este relato, salientamos a toxicidade do AVP em crianças epilépticas mesmo acima de dois anos de idade, principalmente em uso de politerapia, com comprometimento neurológico, e que o quadro pode ser reversível com a retirada da droga. |
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