Alternativas de suplementação para redução da idade de abate de bovinos em pastagem de Brachiaria decumbens.

São comparadas e discutidas diferentes alternativas de manejo alimentar de bovinos durante o período seco. Procurou-se verificar a eficiência de sistemas de alimentação, durante os períodos críticos como alternativa de redução da idade de abate de bovinos recriados em pastagens de Brachiaria decumbens, e avaliar a economicidade dos mesmos. Foram utilizados, na avaliação, sessenta bezerros nelores desmamados em início de maio, os quais foram distribuídos nos seguintes tratamentos: A) os animais não receberam suplementação; B) os animais receberam suplementação somente no primeiro período seco; C) os animais receberam suplementação apenas no segundo período seco; D) os animais receberam suplementação nos dois períodos secos; E) os animais receberam suplementação no primeiro período seco e foram confinados no segundo; e F) os animais foram suplementados durante todo o período experimental. Para todos os tratamentos, nos quais as dietas dos animais eram suplementadas, foi utilizado o mesmo suplemento constituído numa mistura de 75% de milho desintegrado com palha e sabugo e 25% de farelo de soja. Esse concentrado foi fornecido em quantidade equivalente a 0,8% do peso vivo médio do lote. Os animais confinados receberam uma ração contendo 60% de silagem e 40% de concentrado (73% de canjica grossa de milho, 25% de farelo de soja, 1% de urÉia e 1% de bicarbonato de sódio). Os animais permaneceram nos diversos tratamentos até atingirem 440 kg. Os resultados mostraram que durante o primeiro período seco, os animais suplementados apresentaram maiores ganhos do que os não suplementados, 1.030 e 320 g/novilho/dia, respectivamente. Durante o segundo período seco, os animais confinados apresentaram maiores ganhos de peso diários (1.080 g), seguidos dos suplementados em pasto (582 g); enquanto os não suplementados perderam peso (-94g). Observou-se que, durante os dois períodos chuvosos subsequentes a suplementação, os animais que passaram por restrição alimentar na seca apresentaram ganhos de peso diários superiores aqueles que tiveram a dieta suplementada; entretanto, estes ganhos não foram suficientes para que os animais atingissem o peso de abate a mesma idade. Desta forma, as idades de abate variaram de acordo com os tratamentos. Os animais atingiram o peso de abate aos 35,3; 30,6; 28,7; 26,3; 22,6 e 24,6 meses, respectivamente, para os tratamentos A, B, C, D, E e F. Procedeu-se uma análise econômica procurando detectar tanto os beneficios do ganho de peso animal quanto os custos inerentes aos tratamentos envolvendo a dimensão tempo dos valores monetários durante o processo produtivo. A suplementação alimentar, durante o período seco, combinada ou não com confinamento, mostrou-se uma atividade economicamente viável. O tratamento que apresentou o maior valor presente líquido (VPL) foi aquele em que os animais foram suplementados em pasto nas duas estações secas (D). O tratamento com o menor VPL foi aquele em que os animais não receberam qualquer suplementação (A). O uso da suplementação em pasto durante todo o ano (F) foi economicamente inviável.

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Bibliographic Details
Main Authors: EUCLIDES, V. P. B., EUCLIDES FILHO, K., ARRUDA, Z. J. de, FIGUEIREDO, G. R. de
Format: Livros biblioteca
Language:pt_BR
por
Published: 1997
Subjects:Bovinae, Feed grasses, Slaughtering, Supplements, Abate, Brachiaria Decumbens, Bovino, Capim Brachiaria, Gado de Corte, Nutrição Animal, Pastagem, Suplemento Alimentar, animal feeding, beef cattle, pastures,
Online Access:http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/990033
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Description
Summary:São comparadas e discutidas diferentes alternativas de manejo alimentar de bovinos durante o período seco. Procurou-se verificar a eficiência de sistemas de alimentação, durante os períodos críticos como alternativa de redução da idade de abate de bovinos recriados em pastagens de Brachiaria decumbens, e avaliar a economicidade dos mesmos. Foram utilizados, na avaliação, sessenta bezerros nelores desmamados em início de maio, os quais foram distribuídos nos seguintes tratamentos: A) os animais não receberam suplementação; B) os animais receberam suplementação somente no primeiro período seco; C) os animais receberam suplementação apenas no segundo período seco; D) os animais receberam suplementação nos dois períodos secos; E) os animais receberam suplementação no primeiro período seco e foram confinados no segundo; e F) os animais foram suplementados durante todo o período experimental. Para todos os tratamentos, nos quais as dietas dos animais eram suplementadas, foi utilizado o mesmo suplemento constituído numa mistura de 75% de milho desintegrado com palha e sabugo e 25% de farelo de soja. Esse concentrado foi fornecido em quantidade equivalente a 0,8% do peso vivo médio do lote. Os animais confinados receberam uma ração contendo 60% de silagem e 40% de concentrado (73% de canjica grossa de milho, 25% de farelo de soja, 1% de urÉia e 1% de bicarbonato de sódio). Os animais permaneceram nos diversos tratamentos até atingirem 440 kg. Os resultados mostraram que durante o primeiro período seco, os animais suplementados apresentaram maiores ganhos do que os não suplementados, 1.030 e 320 g/novilho/dia, respectivamente. Durante o segundo período seco, os animais confinados apresentaram maiores ganhos de peso diários (1.080 g), seguidos dos suplementados em pasto (582 g); enquanto os não suplementados perderam peso (-94g). Observou-se que, durante os dois períodos chuvosos subsequentes a suplementação, os animais que passaram por restrição alimentar na seca apresentaram ganhos de peso diários superiores aqueles que tiveram a dieta suplementada; entretanto, estes ganhos não foram suficientes para que os animais atingissem o peso de abate a mesma idade. Desta forma, as idades de abate variaram de acordo com os tratamentos. Os animais atingiram o peso de abate aos 35,3; 30,6; 28,7; 26,3; 22,6 e 24,6 meses, respectivamente, para os tratamentos A, B, C, D, E e F. Procedeu-se uma análise econômica procurando detectar tanto os beneficios do ganho de peso animal quanto os custos inerentes aos tratamentos envolvendo a dimensão tempo dos valores monetários durante o processo produtivo. A suplementação alimentar, durante o período seco, combinada ou não com confinamento, mostrou-se uma atividade economicamente viável. O tratamento que apresentou o maior valor presente líquido (VPL) foi aquele em que os animais foram suplementados em pasto nas duas estações secas (D). O tratamento com o menor VPL foi aquele em que os animais não receberam qualquer suplementação (A). O uso da suplementação em pasto durante todo o ano (F) foi economicamente inviável.