ZONEAMENTO agroecológico do estado de Alagoas: potencial pedológico do estado de Alagoas para culturas agrícolas.

O planejamento rural é necessário para ordenar a ocupação das terras, aumentar a produtividade agrícola e prevenir problemas ambientais. Diante disto, este relatório tem como objetivos: (i) apresentar a metodologia utilizada na avaliação do potencial pedológico, base para a elaboração do potencial pedoclimático; e (ii) estabelecer o potencial pedológico do estado de Alagoas para oito culturas agrícolas em dois níveis de manejo do solo (B - média tecnologia e C - alta tecnologia). As culturas selecionadas foram: algodão herbáceo (Gossypium hirsutum L.); cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.); feijão (Phaseolus vulgaris); feijão caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.); mamona (Ricinus communis L.); mandioca (Manihot esculenta Crantz); milho (Zea mays L.) e sorgo (Sorghum bicolor). Elas foram escolhidas em função de sua importância para agricultura familiar (cultivo de subsistência) ou como matéria-prima para indústria. As 350 unidades de mapeamento (UMs) do Levantamento de Solos do estado de Alagoas (escala 1:100.000) constituíram as unidades básicas de avaliação e foram ordenadas em cinco classes de potencial: Alto 1, Alto 2, Médio, Baixo e Muito Baixo. Esses potenciais referem-se, exclusivamente, aos atributos do solo e do ambiente físico - sem considerar o uso da irrigação (condição de sequeiro). O potencial Alto 1 representa as terras mais favoráveis ao pleno desenvolvimento da cultura agrícola, enquanto que o potencial Muito Baixo indica UMs com fortes limitações para cultivo. De modo geral, foi verificado que as áreas do Estado com potencial Alto (Alto 1 e Alto 2) para as oito culturas no manejo B são pequenas, variando de zero a menos de 3% da área. Quando avaliado o manejo C, que consiste no uso racional de insumos agrícolas (corretivos e fertilizantes), as áreas com esses potenciais aumentam consideravelmente, alcançando 31% da área do Estado, como é o caso da cana-de-açúcar. As áreas com potencial Médio ocupam de 30% a 56% do território alagoano no manejo B, constituindo, isoladamente, o potencial majoritário em todas as culturas, exceto mandioca. Uma tendência verificada em todas as culturas foi a expressiva redução de áreas do potencial Médio no manejo C em relação ao B, o que está relacionado à conversão das UMs outrora classificadas com potencial Médio no manejo B para os potenciais Alto 2, Baixo ou Muito Baixo no manejo C. Por fim, os potenciais Baixo e Muito Baixo, que representam terras com aptidão restrita ou inaptas, somam, respectivamente, 41% a 66% e 59% a 66% da área do Estado, nos manejos B e C. Este quadro adverso é explicado em função de que na zona úmida ocorrem solos com fertilidade natural baixa, com problemas de encharcamento (inundações periódicas) e/ou em relevo muito declivoso. Enquanto isso, no Sertão Alagoano, predominam os solos rasos e pouco profundos - típicos do ambiente Semiárido - associados, ou não, ao relevo declivoso, à pedregosidade superficial e à acumulação de sais, entre outros fatores altamente restritivos à produção agrícola. Numa visão ampla, verifica-se que a região ocupada pelos Tabuleiros Costeiros, notadamente nas partes planas, e do entorno do município de Arapiraca, constituem as áreas com os solos mais propícios para o desenvolvimento das culturas agrícolas no estado de Alagoas.

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Bibliographic Details
Format: Relatórios técnicos biblioteca
Language:por
Published: 2012
Subjects:Zoneamento agroecológico, Aptidão Agrícola, Solo,
Online Access:http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/950848
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Description
Summary:O planejamento rural é necessário para ordenar a ocupação das terras, aumentar a produtividade agrícola e prevenir problemas ambientais. Diante disto, este relatório tem como objetivos: (i) apresentar a metodologia utilizada na avaliação do potencial pedológico, base para a elaboração do potencial pedoclimático; e (ii) estabelecer o potencial pedológico do estado de Alagoas para oito culturas agrícolas em dois níveis de manejo do solo (B - média tecnologia e C - alta tecnologia). As culturas selecionadas foram: algodão herbáceo (Gossypium hirsutum L.); cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.); feijão (Phaseolus vulgaris); feijão caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.); mamona (Ricinus communis L.); mandioca (Manihot esculenta Crantz); milho (Zea mays L.) e sorgo (Sorghum bicolor). Elas foram escolhidas em função de sua importância para agricultura familiar (cultivo de subsistência) ou como matéria-prima para indústria. As 350 unidades de mapeamento (UMs) do Levantamento de Solos do estado de Alagoas (escala 1:100.000) constituíram as unidades básicas de avaliação e foram ordenadas em cinco classes de potencial: Alto 1, Alto 2, Médio, Baixo e Muito Baixo. Esses potenciais referem-se, exclusivamente, aos atributos do solo e do ambiente físico - sem considerar o uso da irrigação (condição de sequeiro). O potencial Alto 1 representa as terras mais favoráveis ao pleno desenvolvimento da cultura agrícola, enquanto que o potencial Muito Baixo indica UMs com fortes limitações para cultivo. De modo geral, foi verificado que as áreas do Estado com potencial Alto (Alto 1 e Alto 2) para as oito culturas no manejo B são pequenas, variando de zero a menos de 3% da área. Quando avaliado o manejo C, que consiste no uso racional de insumos agrícolas (corretivos e fertilizantes), as áreas com esses potenciais aumentam consideravelmente, alcançando 31% da área do Estado, como é o caso da cana-de-açúcar. As áreas com potencial Médio ocupam de 30% a 56% do território alagoano no manejo B, constituindo, isoladamente, o potencial majoritário em todas as culturas, exceto mandioca. Uma tendência verificada em todas as culturas foi a expressiva redução de áreas do potencial Médio no manejo C em relação ao B, o que está relacionado à conversão das UMs outrora classificadas com potencial Médio no manejo B para os potenciais Alto 2, Baixo ou Muito Baixo no manejo C. Por fim, os potenciais Baixo e Muito Baixo, que representam terras com aptidão restrita ou inaptas, somam, respectivamente, 41% a 66% e 59% a 66% da área do Estado, nos manejos B e C. Este quadro adverso é explicado em função de que na zona úmida ocorrem solos com fertilidade natural baixa, com problemas de encharcamento (inundações periódicas) e/ou em relevo muito declivoso. Enquanto isso, no Sertão Alagoano, predominam os solos rasos e pouco profundos - típicos do ambiente Semiárido - associados, ou não, ao relevo declivoso, à pedregosidade superficial e à acumulação de sais, entre outros fatores altamente restritivos à produção agrícola. Numa visão ampla, verifica-se que a região ocupada pelos Tabuleiros Costeiros, notadamente nas partes planas, e do entorno do município de Arapiraca, constituem as áreas com os solos mais propícios para o desenvolvimento das culturas agrícolas no estado de Alagoas.