Acumulação de metais pesados pelo uso de insumos agrícolas na microbacia de Caetés, Paty do Alferes, RJ.

O município de Paty do Alferes, localizado na região serrana do Estado do Rio de Janeiro, inserido no bioma Mata Atlântica e com declividade de até 50%, tem exclusivamente a horticultura, com uso intensivo de insumos, como atividade econômica (40% de todo o tomate do estado e um grande percentual de outras hortaliças - repolho, pepino, vagem, pimentão), mas, em função do declínio rápido da produtividade, as áreas estão sendo abandonadas, dando lugar a pastagem com pouco manejo. Diante do diagnóstico do uso excessivo de agroquímicos, este trabalho teve o objetivo de avaliar o seu impacto na contaminação do solo, água, sedimentos e plantas hortícolas por metais pesados na microbacia de Caetés (Paty do Alferes, RJ) e a influência da topografia e do uso agrícola na acumulação de metais pesados. Para tanto selecionaram-se duas toposseqüências de solos representativas da microbacia de Caetés: (a) toposseqüência 1 (T1) apresenta menor declividade e pendente longa, com três formas distintas de uso: capoeira, pasto (antiga área de horticultura) e horticultura atual; (b) na outra (T2), observa-se declividade mais acentuada (45%) e pendente curta, sendo os tipos de uso do solo os mesmos de T1. Notou-se que a contaminação por metais pesados nos solos da microbacia de Caetés concentrou-se onde ocorria a aplicação intensiva de agroquímicos (áreas de horticultura), mas não atingiu os níveis críticos estabelecidos para solos e estava distribuída em formas químicas pouco biodisponíveis (tomate, pimentão, repolho e pepino). A acumulação de metais pesados só não foi maior devido ao terreno ser muito declivoso, o que promoveu um arraste excessivo e contínuo da camada arável, sendo depositado nos córregos pelo uso agrícola inadequado à topografia. Em virtude do processo erosivo, constataram-se nos sedimentos da microbacia de Caetés incrementos nos teores totais de metais pesados de acordo com a posição de coleta na área, todavia esses metais não estavam presentes em formas químicas biodisponíveis. Entretanto, houve contaminação da água do córrego e do açude, que apresentou teor total de Mn e Cd acima dos padrões máximos estabelecidos para água potável.

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Bibliographic Details
Main Authors: RAMALHO, J. F. G. P., AMARAL SOBRINHO, N. M. B., VELLOSO, A. C. X., SILVA, F. C. da
Other Authors: JAIR FELIPE GARCIA PEREIRA RAMALHO; NELSON MOURA BRASIL AMARAL SOBRINHO; ARY CARLOS XAVIER VELLOSO; FÁBIO CESAR DA SILVA, CNPS.
Format: Folhetos biblioteca
Language:pt_BR
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Published: 1998
Subjects:Metais pesados, Insumos agrícolas, Uso, Sedimentos, Hortaliças, Microbacia de Caetés, Análise, Água, Contaminação, Pepino, Pimentão, Repolho, Vagem, Tomate, Solo,
Online Access:http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/335092
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Summary:O município de Paty do Alferes, localizado na região serrana do Estado do Rio de Janeiro, inserido no bioma Mata Atlântica e com declividade de até 50%, tem exclusivamente a horticultura, com uso intensivo de insumos, como atividade econômica (40% de todo o tomate do estado e um grande percentual de outras hortaliças - repolho, pepino, vagem, pimentão), mas, em função do declínio rápido da produtividade, as áreas estão sendo abandonadas, dando lugar a pastagem com pouco manejo. Diante do diagnóstico do uso excessivo de agroquímicos, este trabalho teve o objetivo de avaliar o seu impacto na contaminação do solo, água, sedimentos e plantas hortícolas por metais pesados na microbacia de Caetés (Paty do Alferes, RJ) e a influência da topografia e do uso agrícola na acumulação de metais pesados. Para tanto selecionaram-se duas toposseqüências de solos representativas da microbacia de Caetés: (a) toposseqüência 1 (T1) apresenta menor declividade e pendente longa, com três formas distintas de uso: capoeira, pasto (antiga área de horticultura) e horticultura atual; (b) na outra (T2), observa-se declividade mais acentuada (45%) e pendente curta, sendo os tipos de uso do solo os mesmos de T1. Notou-se que a contaminação por metais pesados nos solos da microbacia de Caetés concentrou-se onde ocorria a aplicação intensiva de agroquímicos (áreas de horticultura), mas não atingiu os níveis críticos estabelecidos para solos e estava distribuída em formas químicas pouco biodisponíveis (tomate, pimentão, repolho e pepino). A acumulação de metais pesados só não foi maior devido ao terreno ser muito declivoso, o que promoveu um arraste excessivo e contínuo da camada arável, sendo depositado nos córregos pelo uso agrícola inadequado à topografia. Em virtude do processo erosivo, constataram-se nos sedimentos da microbacia de Caetés incrementos nos teores totais de metais pesados de acordo com a posição de coleta na área, todavia esses metais não estavam presentes em formas químicas biodisponíveis. Entretanto, houve contaminação da água do córrego e do açude, que apresentou teor total de Mn e Cd acima dos padrões máximos estabelecidos para água potável.