Avaliação do perfil ambiental da produção de óleo de algodão: efeito do processo de extração (mecânico ou solvente) e local de processamento.

O Brasil é o 4° produtor mundial de algodão, com destaque para MT. Portanto, estudos de Avaliação de Ciclo de Vida são essenciais para ampliar a sustentabilidade dessa cadeia. Há poucos trabalhos na literatura relacionados ao óleo de algodão, podendo este contribuir com propostas de aprimoramento e obtenção de produto mais sustentável. O objetivo deste estudo foi comparar perfis ambientais da produção do óleo de algodão, avaliando o efeito do método de extração (mecânica ou solvente) e distância da unidade de processamento. Os inventários da fase agrícola e industrial (descaroçamento e extração do óleo) foram obtidos da literatura. Os dados da fase agrícola são referentes à produção em município de Sapezal (MT). Para a fase industrial, os dados foram processados utilizando conjunto de dados de inventários. Considerou-se que o descaroçamento ocorreu em Sapezal (MT) e a extração em Rondonópolis (MT) ou Paraguaçu Paulista (SP). As emissões foram obtidas através da ferramenta ICVCalc-Embrapa, PestLCI, e literatura. A contabilidade ambiental foi realizada no SimaPro, método ReciPe-MidPoint-H. O transporte das sementes para as unidades apresentaram grande relevância; o produto processado em SP apresenta maior impacto em todas as categorias. Na categoria Aquecimento Global (GW) os aumentos são de até 58% comparados a MT. Os resultados estão relacionados às emissões derivadas do diesel (transporte). Entretanto, o local (SP) atenuou os impactos relativos, provavelmente devido à origem de insumos, como água e eletricidade. Quanto aos métodos de extração, aumentos relacionados ao uso de solvente são pouco significativos (até 2,6 % maiores na categoria GW), à exceção das categorias toxicidade humana, terrestre, marinha e depleção de água. O método por solvente amplia o rendimento (considerado em 5%) diminuindo o uso de insumos e os impactos derivados do transporte. Provavelmente, maiores rendimentos podem tornar o processo com solvente mais vantajoso do ponto de vista ambiental.

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Bibliographic Details
Main Authors: SHIOSAWA, M. L., MAXIMO, G. J., MATSUURA, M. I. da S. F.
Other Authors: MARI SHIOSAWA, UNICAMP; GUILHERME JOSÉ MAXIMO, UNICAMP; MARILIA IEDA DA S F MATSUURA, CNPMA.
Format: Resumo em anais e proceedings biblioteca
Language:por
Published: 2023
Subjects:Avaliação de ciclo de vida, Óleo de algodão, Perfil Ambiental, Algodão, Cotton, Life cycle assessment,
Online Access:http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1162938
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Description
Summary:O Brasil é o 4° produtor mundial de algodão, com destaque para MT. Portanto, estudos de Avaliação de Ciclo de Vida são essenciais para ampliar a sustentabilidade dessa cadeia. Há poucos trabalhos na literatura relacionados ao óleo de algodão, podendo este contribuir com propostas de aprimoramento e obtenção de produto mais sustentável. O objetivo deste estudo foi comparar perfis ambientais da produção do óleo de algodão, avaliando o efeito do método de extração (mecânica ou solvente) e distância da unidade de processamento. Os inventários da fase agrícola e industrial (descaroçamento e extração do óleo) foram obtidos da literatura. Os dados da fase agrícola são referentes à produção em município de Sapezal (MT). Para a fase industrial, os dados foram processados utilizando conjunto de dados de inventários. Considerou-se que o descaroçamento ocorreu em Sapezal (MT) e a extração em Rondonópolis (MT) ou Paraguaçu Paulista (SP). As emissões foram obtidas através da ferramenta ICVCalc-Embrapa, PestLCI, e literatura. A contabilidade ambiental foi realizada no SimaPro, método ReciPe-MidPoint-H. O transporte das sementes para as unidades apresentaram grande relevância; o produto processado em SP apresenta maior impacto em todas as categorias. Na categoria Aquecimento Global (GW) os aumentos são de até 58% comparados a MT. Os resultados estão relacionados às emissões derivadas do diesel (transporte). Entretanto, o local (SP) atenuou os impactos relativos, provavelmente devido à origem de insumos, como água e eletricidade. Quanto aos métodos de extração, aumentos relacionados ao uso de solvente são pouco significativos (até 2,6 % maiores na categoria GW), à exceção das categorias toxicidade humana, terrestre, marinha e depleção de água. O método por solvente amplia o rendimento (considerado em 5%) diminuindo o uso de insumos e os impactos derivados do transporte. Provavelmente, maiores rendimentos podem tornar o processo com solvente mais vantajoso do ponto de vista ambiental.