Investigações estruturais de fibras sintéticas de aranha produzidas por meio de expressão recombinante.

As sedas de aranhas combinam biocompatibilidade e biodegradabilidade e são conhecidas pelas suas propriedades mecânicas, o que as torna visadas para aplicações médicas, militares e têxteis. Acredita-se que características como força e extensibilidade resultem de motivos de proteína específicos e várias tentativas para sua produção in vitro têm sido feitas, mas as características das fibras sintéticas ainda não são comparáveis às exibidas pelas fibras nativas. A microscopia de força atômica (MFA) foi escolhida para descrever a estrutura da superfície e o comportamento mecânico de 19 fibras sintéticas de aranha, e a microscopia eletrônica de varredura (MEV) foi utilizada para caracterização em dimensões maiores. As seqüências de DNA sintéticas foram construídas combinando motivos de força e extensibilidade, e duas proteínas foram produzidas em Escherichia coli, consistindo as variações em dois resíduos de aminoácidos na seqüência repetitiva de cada proteína (A 18820 e Y1 8820). Grupos controle foram mantidos e algumas das fibras foram submetidas a diferentes tratamentos, que incluem testes de tensão e banhos de metanol, isopropanol e lou água. Imagens da superfície (MEV) e imagens de topografia e fase (MFA) foram adquiridas. 8eis parâmetros de rugosidade foram analisados e medidas de espectroscopia de força foram realizadas para a obtenção da mecânica local das fibras. Tratamentos distintos resultaram em diferenças significativas e as fibras sintéticas apresentaram-se heterogêneas, com irregularidades de superfície na maioria dos casos. As diferenças na rugosidade e nos parâmetros mecânicos medidos evidenciam importantes distinções entre as fibras resultantes da proteína A 18820 e da Y18820. Mostra-se, portanto, que a sequência primária das proteínas é fundamental para as propriedades mecânicas das fibras. Os resultados mostram ainda uma melhoria das propriedades verificadas para o os grupos A 18820 tratados com isopropanol e para o grupo Y18820 tratado com água. Este estudo avaliou as fibras sintéticas qualitativa e quantitativamente, apontando MFA e MEV como técnicas capazes de descrever de forma única os detalhes particulares da estrutura de superfície das fibras sintéticas de aranha.

Saved in:
Bibliographic Details
Main Author: MENEZES, G. M.
Format: Teses biblioteca
Language:pt_BR
por
Published: 2011-03-15
Subjects:Microscopia de força atômica, Microscopia eletrônica de varredura, Fibra de aranha sintética, Viscoelasticidade, Rugosidade, Propriedades mecânicas, Topografia,
Online Access:http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/880805
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
Description
Summary:As sedas de aranhas combinam biocompatibilidade e biodegradabilidade e são conhecidas pelas suas propriedades mecânicas, o que as torna visadas para aplicações médicas, militares e têxteis. Acredita-se que características como força e extensibilidade resultem de motivos de proteína específicos e várias tentativas para sua produção in vitro têm sido feitas, mas as características das fibras sintéticas ainda não são comparáveis às exibidas pelas fibras nativas. A microscopia de força atômica (MFA) foi escolhida para descrever a estrutura da superfície e o comportamento mecânico de 19 fibras sintéticas de aranha, e a microscopia eletrônica de varredura (MEV) foi utilizada para caracterização em dimensões maiores. As seqüências de DNA sintéticas foram construídas combinando motivos de força e extensibilidade, e duas proteínas foram produzidas em Escherichia coli, consistindo as variações em dois resíduos de aminoácidos na seqüência repetitiva de cada proteína (A 18820 e Y1 8820). Grupos controle foram mantidos e algumas das fibras foram submetidas a diferentes tratamentos, que incluem testes de tensão e banhos de metanol, isopropanol e lou água. Imagens da superfície (MEV) e imagens de topografia e fase (MFA) foram adquiridas. 8eis parâmetros de rugosidade foram analisados e medidas de espectroscopia de força foram realizadas para a obtenção da mecânica local das fibras. Tratamentos distintos resultaram em diferenças significativas e as fibras sintéticas apresentaram-se heterogêneas, com irregularidades de superfície na maioria dos casos. As diferenças na rugosidade e nos parâmetros mecânicos medidos evidenciam importantes distinções entre as fibras resultantes da proteína A 18820 e da Y18820. Mostra-se, portanto, que a sequência primária das proteínas é fundamental para as propriedades mecânicas das fibras. Os resultados mostram ainda uma melhoria das propriedades verificadas para o os grupos A 18820 tratados com isopropanol e para o grupo Y18820 tratado com água. Este estudo avaliou as fibras sintéticas qualitativa e quantitativamente, apontando MFA e MEV como técnicas capazes de descrever de forma única os detalhes particulares da estrutura de superfície das fibras sintéticas de aranha.