Qualidade da água em áreas de maricultura do estado de Santa Catarina.

As atividades de maricultura são fortemente dependentes da qualidade da água do local de cultivo. O monitoramento da qualidade da água é instrumento importante no planejamento e gestão dessas áreas. A fim de avaliar a qualidade de água em três diferentes áreas de malacocultura, este trabalho foi realizado em 3 parques aquícolas de Santa Catarina: Parque Aquícola 05 (Ribeirão da Ilha) , Parque Aquícola 01 Palhoça (Praia de Fora) que estão localizados na Baía Sul da Ilha de Florianópolis, e no Parque Aquícola 01 de Penha (Norte de Santa Catarina). Foram avaliadas áreas de cultivo de ostras (Crassostrea gigas), mexilhões (Perna perna) e macroalgas (Kappaphycus alvarezii). Foram realizadas 4 campanhas amostrais em cada Parque aquícola entre os meses de fevereiro e outubro de 2019 e 1 campanha amostral na fazenda de macroalgas no parque aquícola 05. Isso, pois o cultivo comercial K. alvarezii no Brasil teve início apenas no ano de 2021. Os parâmetros físico-químicos (salinidade, temperatura, turbidez, pH, potencial redox (Eh), condutividade elétrica e oxigênio dissolvido) foram analisados in situ. Os demais parâmetros (clorofila, carbono orgânico particulado, nutrientes inorgânicos) foram determinados através de técnicas analíticas já elucidadas pela literatura. Os resultados demonstraram uma maior concentração de MPS e clorofila nos Parques Aquícolas situados na Baía Sul da ilha de Florianópolis. Nesta região também foi observado um predomínio de amônio entre as formas nitrogenadas. Essa preponderância indica aportes recentes de amônio, uma vez que em ambientes oxigenados, o amônio tende a reagir facilmente formando nitrito e nitrato. Já na região de Penha foi observado um predomínio das formas nitrogenadas mais estáveis. Foi possível observar uma correlação significativa entre fósforo orgânico total, clorofila-a e silicatos, indicando que o parâmetro fósforo influenciou na produtividade primária das áreas. Não foram evidenciados, até o presente, impactos resultantes da atividade de maricultura na qualidade da água da Enseada do Itapocoroy, no Ribeirão da Ilha e na área de cultivo da Palhoça. Todos os parâmetros apresentaram valores inferiores aos estabelecidos pela legislação vigente (Resolução do CONAMA nº 357/2005) ou próximos a valores sugeridos pela literatura, não indicando prejuízos à qualidade da água em função das atividades do cultivo de moluscos. Estudos mais aprofundados e de longo prazo devem ser realizados para evidenciar os possíveis impactos positivos da presença dos cultivos de algas para a qualidade de água do ambiente.

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Bibliographic Details
Main Authors: MANZONI, G. C., A. P. S., KUROSHIMA, K. N., SILVA, M. G. da, PACKER, A. P., SANTOS, SANTOS, A. P. S., KUROSHIMA, K. N., PACKER, A. P.
Other Authors: GILBERTO CAETANO MANZONI, UVITAJAÍ; ANA PAULA STEIN SANTOS, UVITAJAÍ; KÁTIA NAOMI KUROSHIMA, Instituto Crescer; ANA PAULA CONTADOR PACKER, CNPMA.
Format: Resumo em anais e proceedings biblioteca
Language:Portugues
pt_BR
Published: 2023-09-06
Subjects:Maricultura, Qualidade da Água,
Online Access:http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1156482
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Summary:As atividades de maricultura são fortemente dependentes da qualidade da água do local de cultivo. O monitoramento da qualidade da água é instrumento importante no planejamento e gestão dessas áreas. A fim de avaliar a qualidade de água em três diferentes áreas de malacocultura, este trabalho foi realizado em 3 parques aquícolas de Santa Catarina: Parque Aquícola 05 (Ribeirão da Ilha) , Parque Aquícola 01 Palhoça (Praia de Fora) que estão localizados na Baía Sul da Ilha de Florianópolis, e no Parque Aquícola 01 de Penha (Norte de Santa Catarina). Foram avaliadas áreas de cultivo de ostras (Crassostrea gigas), mexilhões (Perna perna) e macroalgas (Kappaphycus alvarezii). Foram realizadas 4 campanhas amostrais em cada Parque aquícola entre os meses de fevereiro e outubro de 2019 e 1 campanha amostral na fazenda de macroalgas no parque aquícola 05. Isso, pois o cultivo comercial K. alvarezii no Brasil teve início apenas no ano de 2021. Os parâmetros físico-químicos (salinidade, temperatura, turbidez, pH, potencial redox (Eh), condutividade elétrica e oxigênio dissolvido) foram analisados in situ. Os demais parâmetros (clorofila, carbono orgânico particulado, nutrientes inorgânicos) foram determinados através de técnicas analíticas já elucidadas pela literatura. Os resultados demonstraram uma maior concentração de MPS e clorofila nos Parques Aquícolas situados na Baía Sul da ilha de Florianópolis. Nesta região também foi observado um predomínio de amônio entre as formas nitrogenadas. Essa preponderância indica aportes recentes de amônio, uma vez que em ambientes oxigenados, o amônio tende a reagir facilmente formando nitrito e nitrato. Já na região de Penha foi observado um predomínio das formas nitrogenadas mais estáveis. Foi possível observar uma correlação significativa entre fósforo orgânico total, clorofila-a e silicatos, indicando que o parâmetro fósforo influenciou na produtividade primária das áreas. Não foram evidenciados, até o presente, impactos resultantes da atividade de maricultura na qualidade da água da Enseada do Itapocoroy, no Ribeirão da Ilha e na área de cultivo da Palhoça. Todos os parâmetros apresentaram valores inferiores aos estabelecidos pela legislação vigente (Resolução do CONAMA nº 357/2005) ou próximos a valores sugeridos pela literatura, não indicando prejuízos à qualidade da água em função das atividades do cultivo de moluscos. Estudos mais aprofundados e de longo prazo devem ser realizados para evidenciar os possíveis impactos positivos da presença dos cultivos de algas para a qualidade de água do ambiente.