Efeito da troca catiônica da zeólita faujasita na adsorção de polifenol da indústria cafeeira

A agroindústria brasileira tem como o setor cafeeiro um dos ramos da economia de grande importância, sendo o café um produto de elevado valor agregado e destinado para consumo nacional e exportação. Entretanto, no processo de beneficiamento dos grãos há uma alta demanda de água que é utilizada nas etapas de separação e limpeza de impurezas. Dentre os possíveis compostos arrastados pela água destacam-se moléculas orgânicas como os polifenóis. De forma a possibilitar o reuso desta água e o descarte no meio ambiente, faz-se necessário a eliminação dos teores destes componentes que podem ocasionar acúmulo e interações danosas com o meio ambiente e os seres vivos. Uma forma de possibilitar a remoção é por meio de adsorventes que consigam interagir com os polifenóis. Um possível candidato é o uso de zeólitas, como a faujasita (FAU), que apresenta uma elevada área, porosidade e reatividade de superfície, características que favorecem processos de contato como adsorção e possibilitam modificações que promovam o aumento da seletividade e afinidade pelo contaminante. Assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos da troca catiônica da zeólita faujasita na adsorção do ácido cafeico, um dos polifenóis presente no processamento do café. A zeólita faujasita foi obtida via processo sol-gel seguida por tratamento hidrotérmico. Após a obtenção da FAU, foi realizada a troca + + 2+ do cátion de balanço de carga sódio (Na ) pelos íons prata (Ag ), ferro (Fe ) e cobalto 2+ (Co ), a fim de avaliar os efeitos da labilidade da zeólita na adsorção. Para determinação da adsorção foi realizada leitura em um espectrofotômetro na região do ultravioleta e visível após 24 h de contato. Como resultado, foi possível observar que a realização da troca dos cátions permitiu um aumento na adsorção do ácido cafeico pela FAU, com valores de 20%, 2+ + 2+ 60% e 75% para os íons Co , Ag e Fe , respectivamente. Tal resultado pode ser atrelado a maior afinidade dos cátions pela zeólita, favorecendo uma melhor labilidade na FAU, possibilitando a alteração da carga da zeólita e a interação com os grupos funcionais do polifenol. Dessa maneira, o presente trabalho conseguiu demonstrar que simples modificações por trocas catiônicas podem contribuir de modo positivo na adsorção de polifenóis como o ácido cafeico.

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Bibliographic Details
Main Authors: SANTOS, M. J. dos, NEVES, T. R., MALAFATTI, J. O. D., PARIS, E. C.
Other Authors: ELAINE CRISTINA PARIS, CNPDIA.
Format: Anais e Proceedings de eventos biblioteca
Language:Portugues
pt_BR
Published: In: JORNADA CIENTÍFICA - EMBRAPA SÃO CARLOS, 14., 2022, São Carlos, SP. Anais... São Carlos: Embrapa Instrumentação: Embrapa Pecuária Sudeste, 2022. Editores técnicos: Crisitiane Sanchez Farinas, Daniel Souza Corrêa, Maria Alice Martins, Maria Fernanda Berlingieri Durigan, Paulo Sérgio de Paula Herrmann Júnior. 2022-10-06
Subjects:Zeólita, Faujasita, Ácido cafeico, Polifenol,
Online Access:http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1147174
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Summary:A agroindústria brasileira tem como o setor cafeeiro um dos ramos da economia de grande importância, sendo o café um produto de elevado valor agregado e destinado para consumo nacional e exportação. Entretanto, no processo de beneficiamento dos grãos há uma alta demanda de água que é utilizada nas etapas de separação e limpeza de impurezas. Dentre os possíveis compostos arrastados pela água destacam-se moléculas orgânicas como os polifenóis. De forma a possibilitar o reuso desta água e o descarte no meio ambiente, faz-se necessário a eliminação dos teores destes componentes que podem ocasionar acúmulo e interações danosas com o meio ambiente e os seres vivos. Uma forma de possibilitar a remoção é por meio de adsorventes que consigam interagir com os polifenóis. Um possível candidato é o uso de zeólitas, como a faujasita (FAU), que apresenta uma elevada área, porosidade e reatividade de superfície, características que favorecem processos de contato como adsorção e possibilitam modificações que promovam o aumento da seletividade e afinidade pelo contaminante. Assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos da troca catiônica da zeólita faujasita na adsorção do ácido cafeico, um dos polifenóis presente no processamento do café. A zeólita faujasita foi obtida via processo sol-gel seguida por tratamento hidrotérmico. Após a obtenção da FAU, foi realizada a troca + + 2+ do cátion de balanço de carga sódio (Na ) pelos íons prata (Ag ), ferro (Fe ) e cobalto 2+ (Co ), a fim de avaliar os efeitos da labilidade da zeólita na adsorção. Para determinação da adsorção foi realizada leitura em um espectrofotômetro na região do ultravioleta e visível após 24 h de contato. Como resultado, foi possível observar que a realização da troca dos cátions permitiu um aumento na adsorção do ácido cafeico pela FAU, com valores de 20%, 2+ + 2+ 60% e 75% para os íons Co , Ag e Fe , respectivamente. Tal resultado pode ser atrelado a maior afinidade dos cátions pela zeólita, favorecendo uma melhor labilidade na FAU, possibilitando a alteração da carga da zeólita e a interação com os grupos funcionais do polifenol. Dessa maneira, o presente trabalho conseguiu demonstrar que simples modificações por trocas catiônicas podem contribuir de modo positivo na adsorção de polifenóis como o ácido cafeico.