Mobilizações a favor e contra a Reserva Extrativista do Litoral Sul de Sergipe.

O artigo trata da participação do Movimento das Catadoras de Mangaba (MCM) no processo de mobilização para a demarcação da Reserva Extrativista (Resex) Litoral Sul de Sergipe. Muito embora a garantia de acesso aos recursos naturais fosse uma demanda histórica do MCM e a Resex sinalizasse para tal, a mobilização não se constituiu em unanimidade no Movimento. Assim, o objetivo do artigo foi analisar consensos e dissensos no processo de mobilização para a criação da Resex entre as catadoras de mangaba. A pesquisa deu-se com abordagem predominantemente qualitativa por meio de observações e entrevistas com catadoras de mangaba e seus aliados nos quatro municípios a serem alcançados pela Resex entre 2007 a 2019. As principais conclusões mostram que: i) para as catadoras favoráveis, a Resex representava a garantia de acesso aos recursos e regras mais rígidas para a conservação; ii) para as catadoras contrárias, representava um conjunto de incertezas com risco de perder bens possuídos; iii) o MCM esteve em eventos públicos e constituiu aliados, mas não conseguiu construir localmente uma base de apoio ?para dentro? entre as catadoras; e iv) outros atores (internos e externos) jogaram com a ideia do ?atraso? que a Resex representava e com mecanismos de coerção para inibir grupos de catadoras.

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Bibliographic Details
Main Authors: MOTA, D. M. da, SILVA JÚNIOR, A. da, SCHMITZ, H.
Other Authors: DALVA MARIA DA MOTA, CPATU; AMINTAS DA SILVA JÚNIOR, UNIFESSPA; HERIBERT SCHMITZ, UFPA.
Format: Artigo de periódico biblioteca
Language:Portugues
pt_BR
Published: 2021-05-24
Subjects:Catadora de mangaba, Resex, Conflito, Mangaba, Mulher Rural.,
Online Access:http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1131986
https://doi.org/10.47946/rnera.v0i57.8499
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Summary:O artigo trata da participação do Movimento das Catadoras de Mangaba (MCM) no processo de mobilização para a demarcação da Reserva Extrativista (Resex) Litoral Sul de Sergipe. Muito embora a garantia de acesso aos recursos naturais fosse uma demanda histórica do MCM e a Resex sinalizasse para tal, a mobilização não se constituiu em unanimidade no Movimento. Assim, o objetivo do artigo foi analisar consensos e dissensos no processo de mobilização para a criação da Resex entre as catadoras de mangaba. A pesquisa deu-se com abordagem predominantemente qualitativa por meio de observações e entrevistas com catadoras de mangaba e seus aliados nos quatro municípios a serem alcançados pela Resex entre 2007 a 2019. As principais conclusões mostram que: i) para as catadoras favoráveis, a Resex representava a garantia de acesso aos recursos e regras mais rígidas para a conservação; ii) para as catadoras contrárias, representava um conjunto de incertezas com risco de perder bens possuídos; iii) o MCM esteve em eventos públicos e constituiu aliados, mas não conseguiu construir localmente uma base de apoio ?para dentro? entre as catadoras; e iv) outros atores (internos e externos) jogaram com a ideia do ?atraso? que a Resex representava e com mecanismos de coerção para inibir grupos de catadoras.