Registro de Paracanthopoma spp. e suas relações hospedeiro-parasita com quatro peixes Characiformes no Norte do Brasil, Amazônia.

Interações entre hospedeiro e parasita são complexas, onde um parasita se estabelece causando suscetibilidade à infecções e doenças no hospedeiro. Algumas espécies de peixes são mais suscetíveis ao parasitismo, como por exemplo, peixes predadores. No entanto, o comportamento alimentar não é fator determinante para o parasitismo em peixes. O objetivo do presente estudo é avaliar as relações hospedeiro-parasita peixes de com comportamentos alimentares, bem como fazer o primeiro registro dos bagres Paracanthopoma spp. (Siluriformes, Trichomycteridae) em peixes com diferentes comportamentos alimentares. Os peixes hospedeiros foram coletados em novembro de 2013 no Rio Araguari, que é um rio costeiro que deságua na foz do rio Amazônas, e em maio de 2018 no Rio Jari, afluente do baixo rio Amazonas, ambos no estado do Amapá, Brasil. Ao todo foram coletados 39 peixes hospedeiros da ordem Characiformes pertencentes à quatro espécies e duas famílias. Da família Triportheidae foram coletados 15 espécimes de Triportheus curtus (14,1 ± 4,0 cm e 40,8 ± 17,4 g) e três espécimes de Triportheus auritus (19,6 ± 1,6 cm e 54,0 ± 16,1 g), já da família Serrasalmidae foram coletados quatro espécimes de Serrasalmus rhombeus (11,4 ± 0,8 cm e 49,0 ± 7,6 g) e 17 espécimes de Myloplus planquettei (32,2 ± 8,8 cm e 1.539,6 ± 936,4 g). As espécies de Triportheus e S. rhombeus foram coletadas no Rio Jari enquanto M. planquettei no Rio Araguari. Todos os peixes foram coletados utilizando rede de emalhar. Imediatamente após coleta, cada peixe foi submetido à análise macroscópica do tegumento, nadadeiras e cavidade branquial e nasal em busca de ectoparasitos. Os parasitos encontrados foram fixados em formalina 5% e conservados em álcool 70%. Foi calculado prevalência (P%), intensidade média (IM) e abundância média (AM) dos parasitos. Os peixes hospedeiros foram identificados com o uso de literatura específica. Um total de 19 parasitos distribuídos em Paracanthopoma parva (N=11) e Paracanthopoma aff. parva (N=8), todos foram encontrados no tegumento dos hospedeiros. Cinco espécimes de P. parva foram encontrados em um espécime de T. curtus (P%=6,6; IM=5,0; AM=0,3), dois em um espécime de T. auritus (P%=33,0; IM=2,0; AM=0,6), e quatro em um espécime de S. rhombeus (P%=25,0; IM=4,0; AM=1,0). Já oito espécimes de Paracanthopoma aff. parva foram encontrados parasitando quatro espécimes de M. planquettei (P%=47,0; IM=2,0; AM=0,5). Este é o primeiro estudo com as relações hospedeiro-parasita de Paracanthopoma spp. e peixes amazônicos, e também o primeiro registro desses parasitos infestando T. curtus, T. auritus e M. planquettei (peixes omnívoros) e em S. rhombeus (carnívoro).

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Bibliographic Details
Main Authors: OLIVEIRA, M. S. B., SOUZA, L. P., SILVA JÚNIOR, F. A., ANDRADE, M. C., TAVARES-DIAS, M.
Other Authors: MARCOS S. B. OLIVEIRA, UNIFAP/PPGBT; LUIZA P. SOUZA, UFPA/PPGEAP; FELIPE A. SILVA JÚNIOR, UFPA; MARCELO C. ANDRADE, UFPA/PPGEAP; MARCOS TAVARES DIAS, CPAF-AP.
Format: Parte de livro biblioteca
Language:pt_BR
pt_BR
Published: 2019-06-14
Subjects:Bagre, Peixe de Água Doce, Parasitismo,
Online Access:http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1109890
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Description
Summary:Interações entre hospedeiro e parasita são complexas, onde um parasita se estabelece causando suscetibilidade à infecções e doenças no hospedeiro. Algumas espécies de peixes são mais suscetíveis ao parasitismo, como por exemplo, peixes predadores. No entanto, o comportamento alimentar não é fator determinante para o parasitismo em peixes. O objetivo do presente estudo é avaliar as relações hospedeiro-parasita peixes de com comportamentos alimentares, bem como fazer o primeiro registro dos bagres Paracanthopoma spp. (Siluriformes, Trichomycteridae) em peixes com diferentes comportamentos alimentares. Os peixes hospedeiros foram coletados em novembro de 2013 no Rio Araguari, que é um rio costeiro que deságua na foz do rio Amazônas, e em maio de 2018 no Rio Jari, afluente do baixo rio Amazonas, ambos no estado do Amapá, Brasil. Ao todo foram coletados 39 peixes hospedeiros da ordem Characiformes pertencentes à quatro espécies e duas famílias. Da família Triportheidae foram coletados 15 espécimes de Triportheus curtus (14,1 ± 4,0 cm e 40,8 ± 17,4 g) e três espécimes de Triportheus auritus (19,6 ± 1,6 cm e 54,0 ± 16,1 g), já da família Serrasalmidae foram coletados quatro espécimes de Serrasalmus rhombeus (11,4 ± 0,8 cm e 49,0 ± 7,6 g) e 17 espécimes de Myloplus planquettei (32,2 ± 8,8 cm e 1.539,6 ± 936,4 g). As espécies de Triportheus e S. rhombeus foram coletadas no Rio Jari enquanto M. planquettei no Rio Araguari. Todos os peixes foram coletados utilizando rede de emalhar. Imediatamente após coleta, cada peixe foi submetido à análise macroscópica do tegumento, nadadeiras e cavidade branquial e nasal em busca de ectoparasitos. Os parasitos encontrados foram fixados em formalina 5% e conservados em álcool 70%. Foi calculado prevalência (P%), intensidade média (IM) e abundância média (AM) dos parasitos. Os peixes hospedeiros foram identificados com o uso de literatura específica. Um total de 19 parasitos distribuídos em Paracanthopoma parva (N=11) e Paracanthopoma aff. parva (N=8), todos foram encontrados no tegumento dos hospedeiros. Cinco espécimes de P. parva foram encontrados em um espécime de T. curtus (P%=6,6; IM=5,0; AM=0,3), dois em um espécime de T. auritus (P%=33,0; IM=2,0; AM=0,6), e quatro em um espécime de S. rhombeus (P%=25,0; IM=4,0; AM=1,0). Já oito espécimes de Paracanthopoma aff. parva foram encontrados parasitando quatro espécimes de M. planquettei (P%=47,0; IM=2,0; AM=0,5). Este é o primeiro estudo com as relações hospedeiro-parasita de Paracanthopoma spp. e peixes amazônicos, e também o primeiro registro desses parasitos infestando T. curtus, T. auritus e M. planquettei (peixes omnívoros) e em S. rhombeus (carnívoro).