A evolução do leite no Brasil em cinco décadas.

O objetivo deste trabalho é caracterizar a evolução do setor leiteiro nacional nas últimas cinco décadas, mas começando pela história do leite no Brasil nos primórdios do descobrimento. O primeiro registro oficial da produção de leite nacional é da FAO, em 1961, com 5,2 milhões de toneladas. Em 1974, inicia-se a série histórica do IBGE, estendendo-se até hoje, com estimativa de 35 milhões de toneladas de leite em 2015 – crescimento sete vezes superior ao do início da série, sendo a produtividade um dos principais protagonistas do desempenho. A produção nacional não é suficiente para o consumo interno e para exportar. Na verdade, está distante disso quando se considera o consumo recomendado pela OMS, de 220 litros por habitante por ano. Dados mostram que o País é importador líquido, com esporádicas exceções em 2004–2008, mas com participação ainda tímida no mercado internacional. A vocação dos preços é de significante e persistente queda, indicando que ganhos de produtividade refletem positivamente na redução dos custos e no aumento da competitividade. O papel do governo foi relevante para o setor, sendo o fim do controle de preços um forte aliado da modernização, incentivada também pela estabilidade da economia nacional. A abertura comercial e a estabilidade de preços criam um novo cenário em que o preço do leite passa a ser definido pela interação entre oferta e demanda. Assim, as imperfeições do mercado obrigam o produtor a se ajustar às oscilações de preços. Para explicar o comportamento do preço do leite ao produtor nas últimas cinco décadas, levantam-se hipóteses que explicam sua queda ao longo do tempo, bem como as responsáveis por sua alta nos últimos dez anos. Analisam-se as tendências, desafios e possíveis estratégias para incrementar a produtividade e a rentabilidade do setor.

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Bibliographic Details
Main Authors: VILELA, D., RESENDE, J. C. de, LEITE, J. B., ALVES, E. R. de A.
Other Authors: DUARTE VILELA, CNPGL; JOAO CESAR DE RESENDE, CNPGL; JOSÉ BELLINI LEITE; ELISEU ROBERTO DE ANDRADE ALVES, DE/PR.
Format: Artigo de periódico biblioteca
Language:pt_BR
por
Published: 2017-08-30
Subjects:Produção e preço do leite, Tendência, Consumption, Milk production and price, Productivity, Trends, Balança comercial, Consumo, Trade balance,
Online Access:http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1074678
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Summary:O objetivo deste trabalho é caracterizar a evolução do setor leiteiro nacional nas últimas cinco décadas, mas começando pela história do leite no Brasil nos primórdios do descobrimento. O primeiro registro oficial da produção de leite nacional é da FAO, em 1961, com 5,2 milhões de toneladas. Em 1974, inicia-se a série histórica do IBGE, estendendo-se até hoje, com estimativa de 35 milhões de toneladas de leite em 2015 – crescimento sete vezes superior ao do início da série, sendo a produtividade um dos principais protagonistas do desempenho. A produção nacional não é suficiente para o consumo interno e para exportar. Na verdade, está distante disso quando se considera o consumo recomendado pela OMS, de 220 litros por habitante por ano. Dados mostram que o País é importador líquido, com esporádicas exceções em 2004–2008, mas com participação ainda tímida no mercado internacional. A vocação dos preços é de significante e persistente queda, indicando que ganhos de produtividade refletem positivamente na redução dos custos e no aumento da competitividade. O papel do governo foi relevante para o setor, sendo o fim do controle de preços um forte aliado da modernização, incentivada também pela estabilidade da economia nacional. A abertura comercial e a estabilidade de preços criam um novo cenário em que o preço do leite passa a ser definido pela interação entre oferta e demanda. Assim, as imperfeições do mercado obrigam o produtor a se ajustar às oscilações de preços. Para explicar o comportamento do preço do leite ao produtor nas últimas cinco décadas, levantam-se hipóteses que explicam sua queda ao longo do tempo, bem como as responsáveis por sua alta nos últimos dez anos. Analisam-se as tendências, desafios e possíveis estratégias para incrementar a produtividade e a rentabilidade do setor.