Descritores morfológicos na caracterização de etnovariedades de mandioca no município de Alta Floresta, MT.

O Brasil apresenta uma ampla variabilidade genética da cultura da mandioca, isso em razão do país ser considerado o centro de origem e domesticação da cultura. Para que essa variabilidade seja conservada e utilizada com eficiência é necessário que o germoplasma seja caracterizado. Desta forma o objetivo do estudo foi caracterizar a variabilidade genética de etnovariedades de mandioca, por meio de descritores morfológicos. Para a análise foram selecionadas 17 etnovariedades no município de Alta Floresta, Mato Grosso. Os genótipos avaliados foram: Cacau Roxa (AF1), Cacau Arara (AF2), Mandioca Cenoura (AF3), Cacau Branca (AF4), Cacau Pinheiro (AF5), Mandioca Pão (AF6), Vassourinha (AF7), Branca Comum (AF8), Mandioca de Ano (AF9), Mandioca Eucalipta (AF10), Branca do Baiano (AF11), Cacau Amarela (AF12), Amarela I (AF13), Amarela II (AF14), Mandioca de Fritar sem Cozinhar (AF15), Amarela III (AF16) e Amarela da Bahia (AF17). A caracterização morfológica foi realizada com 27 descritores, sendo doze descritores mínimos, seis descritores principais e nove descritores secundários. Os dados para caracterização da variabilidade genética foram submetidos à análise multivariada e, posteriormente aplicado dois métodos de agrupamento, o Hierárquico UPGMA e Otimização de Tocher. Todas as análises foram realizadas com o auxílio do programa Genes. O método de agrupamento UPGMA com ponto de corte a 90%, formou quatro grupos distintos, sendo o grupo I constituído por 12 genótipos, alocando o maior número de indivíduos. O grupo II e III compôs de apenas um único genótipo (AF4 e AF1) respectivamente, sendo estes os mais divergentes. O último grupo (IV) foi constituído de três genótipos, sendo o AF10, AF15 e AF16. Pelo método de otimização de Tocher, diferente do UPGMA, obteve-se a formação de cinco principais grupos, sendo que o grupo I, II e III apresentou o maior número de indivíduos (dez, dois e três genótipos) respectivamente. O grupo IV e V constituíram-se de apenas um genótipo (AF4 e AF1). O método UPGMA e Tocher foi concordante em alocar os indivíduos AF10, AF15 e AF16 e AF4 e AF1 em um mesmo grupo. Os descritores utilizados na caracterização das etnovariedades foram eficientes em revelar à variabilidade genética e a distinção dos genótipos avaliados, possivelmente relacionada com o manejo das roças, migração de material genético e introdução de cultivares (troca de etnovariedades) realizada pelos agricultores.

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Bibliographic Details
Main Authors: TIAGO, A. V., HOOGERHEIDE, E. S. S., ROSSI, A. A. B., MORENO, E. C., CABRAL, J. C., PAULA, R. P. de
Other Authors: AUANA VICENTE TIAGO, UNEMAT-CACERES; EULALIA SOLER SOBREIRA HOOGERHEIDE, CPAMT; ANA APARECIDA BANDINI ROSSI, UNEMAT-CACERES; ELIANE CRISTINA MORENO, UNEMAT-CACERES; JULIANE COSTA CABRAL, UNEMAT-CACERES; RAFAEL PEREIRA DE PAULA, UNEMAT-CACERES.
Format: Separatas biblioteca
Language:pt_BR
por
Published: 2017-01-05
Subjects:Variabilidade Genética, Conservação, Conservação do solo, Manihot esculenta, Mandioca,
Online Access:http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1060047
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Description
Summary:O Brasil apresenta uma ampla variabilidade genética da cultura da mandioca, isso em razão do país ser considerado o centro de origem e domesticação da cultura. Para que essa variabilidade seja conservada e utilizada com eficiência é necessário que o germoplasma seja caracterizado. Desta forma o objetivo do estudo foi caracterizar a variabilidade genética de etnovariedades de mandioca, por meio de descritores morfológicos. Para a análise foram selecionadas 17 etnovariedades no município de Alta Floresta, Mato Grosso. Os genótipos avaliados foram: Cacau Roxa (AF1), Cacau Arara (AF2), Mandioca Cenoura (AF3), Cacau Branca (AF4), Cacau Pinheiro (AF5), Mandioca Pão (AF6), Vassourinha (AF7), Branca Comum (AF8), Mandioca de Ano (AF9), Mandioca Eucalipta (AF10), Branca do Baiano (AF11), Cacau Amarela (AF12), Amarela I (AF13), Amarela II (AF14), Mandioca de Fritar sem Cozinhar (AF15), Amarela III (AF16) e Amarela da Bahia (AF17). A caracterização morfológica foi realizada com 27 descritores, sendo doze descritores mínimos, seis descritores principais e nove descritores secundários. Os dados para caracterização da variabilidade genética foram submetidos à análise multivariada e, posteriormente aplicado dois métodos de agrupamento, o Hierárquico UPGMA e Otimização de Tocher. Todas as análises foram realizadas com o auxílio do programa Genes. O método de agrupamento UPGMA com ponto de corte a 90%, formou quatro grupos distintos, sendo o grupo I constituído por 12 genótipos, alocando o maior número de indivíduos. O grupo II e III compôs de apenas um único genótipo (AF4 e AF1) respectivamente, sendo estes os mais divergentes. O último grupo (IV) foi constituído de três genótipos, sendo o AF10, AF15 e AF16. Pelo método de otimização de Tocher, diferente do UPGMA, obteve-se a formação de cinco principais grupos, sendo que o grupo I, II e III apresentou o maior número de indivíduos (dez, dois e três genótipos) respectivamente. O grupo IV e V constituíram-se de apenas um genótipo (AF4 e AF1). O método UPGMA e Tocher foi concordante em alocar os indivíduos AF10, AF15 e AF16 e AF4 e AF1 em um mesmo grupo. Os descritores utilizados na caracterização das etnovariedades foram eficientes em revelar à variabilidade genética e a distinção dos genótipos avaliados, possivelmente relacionada com o manejo das roças, migração de material genético e introdução de cultivares (troca de etnovariedades) realizada pelos agricultores.