Causalidade, substância e subjetividade absoluta: a superação Hegeliana do dualismo entre determinismo e liberdade

A mente humana foi considerada, no começo da história, como uma completa novidade no conjunto total das coisas do mundo e, nessa medida, tendencialmente, como algo especificamente diferente em relação a esse conjunto. É assim que já na cosmogonia mais relevante para Ocidente, isto é, na cosmogonia do povo judeu, Deus distingue o ser humano de todas as outras coisas quando disse na hora de sua criação: “Façamos o homem a nossa imagem, a nossa semelhança”.1 A ideia de o ser humano ser um ser único, parenteado com os deuses alheios ao mundo, descansa primariamente na sua capacidade de pensar, ou seja, mais precisamente, no fenômeno da autoconsciência; esta ideia, comum entre as religiões, está presente também a partir do começo da reflexão filosófica propriamente dita. Já pode ser encontrada entre alguns filósofos pré-socráticos - por exemplo, em Pitágoras - e passa, mais tarde, a formar parte do núcleo mesmo da filosofia de Platão, de Aristóteles e, através da deles, da filosofia da Idade Média. Neste contexto geral, Pascal sustentará, então, que o homem é fraco como um junco, mas que é um junco pensante e, portanto, que, ainda sendo aniquilado facilmente pelo universo, o homem é mais nobre do que esse universo que o mata, precisamente porque é ciente de que morre e dessa vantagem que o universo tem sobre ele; o universo, por sua vez, não tem consciência alguma de si nem, por conseguinte, de sua vantagem sobre o homem...

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Bibliographic Details
Main Author: Ferreiro, Héctor Alberto
Format: Parte de libro biblioteca
Language:por
Published: EdiPUCRS 2012
Subjects:Hegel, Georg Wilhelm Friedrich, 1770-1831, METAFISICA, CAUSALIDAD, ONTOLOIGA, LIBERTAD, DETERMINISMO,
Online Access:https://repositorio.uca.edu.ar/handle/123456789/12448
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