Des-reterritorialização: percursos possíveis do romance afro-brasileiro recente

Este estudo consiste em analisar, desde o conceito de multiterritorialidade, elaborado pelo geógrafo Rogério Haesbaert, alguns percursos diaspóricos das personagens do romance afro-brasileiro Um defeito de cor (2006), da escritora Ana Maria Gonçalves. Na narrativa, que se desenvolve na África e no Brasil do século XIX, daremos destaque à protagonista, Kehinde, em sua mobilidade material e simbólica pelos continentes africano e americano. Para Haesbaert, o aspecto imanente da multiterritorialização na vida dos indivíduos e dos diferentes grupos humanos tem sido desestimado pelo "mito" da desterritorialização. Em lugar de uma simplista desterritorialização desenraizadora, teríamos um permanente processo de reterritorialização, espacialmente descontínuo e sumamente complexo. Assim, é desde um mover-se como des-reterritorialização, por um lado, simbólica e cultural, e, por outro, política e econômica, que pensaremos esses percursos diaspóricos das personagens da obra.

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Bibliographic Details
Main Author: Thomaz,Paulo C.
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea 2015
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2316-40182015000100021
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