AUDITORIA AO STRESSE NO CONTEXTO LABORAL: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO NOS RISCOS PSICOSSOCIAIS

RESUMO Introdução e objetivos No contexto laboral podem existir uma multiplicidade de Riscos Psicossociais que interferem com a Saúde e bem-estar dos trabalhadores, refletindo-se a nível organizacional, na produtividade, absentismo, presenteísmo, satisfação e motivação dos colaboradores. Por outro lado, as estratégias de coping utilizadas, bem como os recursos individuais e organizacionais promovem uma melhor gestão do Stresse laboral. Este trabalho tem como finalidade avaliar a perceção dos Riscos Psicossociais, da Saúde e o coping da parte dos funcionários do departamento estudado. Metodologia Realizou-se um estudo descritivo, transversal, recorrendo-se aos instrumentos como Copenhagen Psychosocial Questionaire- COPSOQ- II, Inventário Breve de Sintomas - BSI e Brief Cope. Resultados e Discussão Os dados gerais apontam para um maior risco ao nível das exigências laborais, sendo mais prevalentes a dimensão cognitiva e o ritmo de trabalho. Para além disso, o conflito de papéis é percecionado como um risco grave. Destacam-se, ainda, dificuldades no equilíbrio entre a vida familiar e o trabalho, sendo identificada a necessidade de melhorar a confiança vertical, que se estabelece mutuamente entre a gerência e os funcionários. Na organização do trabalho e conteúdo, ainda que sejam considerados riscos moderados, convém salientar a importância dos fatores como a influência no trabalho e o compromisso, na promoção e manutenção da satisfação laboral. Por outro lado, importa atender também aos recursos que podem funcionar como protetores da Saúde mental dos funcionários, tendo sido identificados como pontos positivos a possibilidade de desenvolvimento, significado do trabalho, previsibilidade, recompensas, transparência no papel, qualidade de liderança, satisfação laboral (ainda que estas duas devam ser reforçadas), apoio de colegas, segurança laboral, confiança horizontal, bem como a comunidade social. Em relação à sintomatologia denotam-se algumas situações que merecem uma intervenção individualizada, de modo a promover a sua estabilização e atenuar as consequências desta. No que se refere às estratégias de coping mais utilizadas, os resultados demonstram maior recurso à aceitação, ao coping ativo e ao planeamento, ainda que estas duas com menor relevância. Conclusão Os dados alertam para a necessidade de se intervir, recorrendo a medidas centradas no individuo, mas também na organização, de modo a prevenir, minimizar e reparar os danos derivados dos Riscos Psicossociais encontrados, bem como reforçar os recursos existentes.

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Bibliographic Details
Main Author: Ferreira,S
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Ajeogene Serviços Médicos Lda 2021
Online Access:http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-84532021000200144
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