Ecologia das relações espaciais: as preposições do crioulo guineense

Resumo O objetivo principal deste ensaio é analisar as preposições do crioulo português da Guiné-Bissau e de Casamansa (sul do Senegal), mostrando que, como já dizia Bernard Pottier desde pelo menos a década de sessenta do século passado, as preposições são originariamente espaciais. As relações temporais são derivadas das espaciais e as nocionais (abstratas) são derivadas de ambas. O modelo teórico utilizado para essa análise é o da jovem disciplina Ecolinguística, mais especificamente, sua versão chamada Linguística Ecossistêmica, que é a que praticamos no Brasil. Essa versão da Ecolinguística dispõe do modelo da ecologia das relações espaciais, de que as preposições espaciais são exemplos prototípicos. Partindo desse modelo, é possível explicar inclusive alguns usos de preposições que para nós ocidentais parecem estranhos, como a lebrei sai na si koba (o coelho saiu de sua toca). Explica também porque na (em) é a preposição prototípica, mas a mais frequente é di (de).

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Bibliographic Details
Main Authors: Couto,Hildo Honório do, Couto,Elza Kioko N. N. do
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP) 2017
Online Access:http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-44522017000100175
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