Agência e contingência no acesso à terra e reprodução social camponesa no vale do rio Mearim, estado do Maranhão

Resumo Neste artigo, examinamos as trajetórias familiares de três lideranças rurais no vale do Mearim, que ilustram as principais formas de acesso e ocupação da terra protagonizadas pelo campesinato maranhense nos últimos 150 anos. A análise dessas trajetórias tomadas como alegorias permite apresentar as contingências vividas por este campesinato que, a despeito das interações desfavoráveis na estrutura social e sob o aparato legal do Estado brasileiro, agencia sua reprodução social, fundada na permanência na terra. Nos três casos estudados, frente a essas contingências, os processos de ação coletiva e a articulação política protagonizados pelos entrevistados representam descontinuidades entre gerações, com consequências distintas para as respectivas trajetórias familiares. Em apenas um dos casos, são mantidos práticas e discursos que expandiram a base agrária do grupo familiar, em contraste com as aparentes estagnação e contração observadas nos demais casos. A análise aponta a relevância da relação da unidade familiar com o mercado formal de terras, assim como das relações sociopolíticas estabelecidas para além do parentesco, para a definição das possibilidades do campesinato no rural contemporâneo.

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Bibliographic Details
Main Authors: Porro,Roberto, Porro,Noemi Sakiara Miyasaka
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: MCTI/Museu Paraense Emílio Goeldi 2020
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-81222020000300202
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