Pode haver uma ciência psicanalítica sem uma metapsicologia especulativa?
Neste artigo pretendo explicitar dois sentidos básicos dados ao termo "metapsicologia" na história da psicanálise: como teoria sobre o desenvolvimento psicoafetivo do ser humano, que considera as determinações inconscientes, e como um conjunto de conceitos auxiliares, que servem como uma superestrutura especulativa teórica da psicanálise. Depois, procurarei mostrar porque é possível afirmar que Winnicott tanto rejeitou como refundou a teoria metapsicológica psicanalítica. Com tal tipo de análise, pode-se esclarecer em que sentido Winnicott usa conceitos abstratos (tais como "necessidade de ser", "tendência inata à integração", "elemento feminino puro", "solidão essencial", dentre outros), mas não conceitos especulativos, uma vez que os primeiros podem ter referentes adequados na realidade fenomênica e os segundos não. Esse tipo de distinção também torna possível recolocar a questão do lugar e da necessidade da teorização metapsicológica no desenvolvimento da psicanálise, colocando, como possibilidade, a construção de uma teoria psicanalítica como sendo uma ciência que não necessita de construções auxiliares especulativas tal como Freud propôs.
Main Author: | |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Universidade de São Paulo, Departamento de Filosofia
2013
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Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-31662013000300003 |
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