Estudos ASTRAL e CORAL: fim da revascularização endoluminal na estenose ateroesclerótica da artéria renal ou um novo princípio?

A estenose das artérias renais é uma causa de hipertensão arterial em cerca de 1-4% de todos os doentes hipertensos mas em certos grupos seleccionados a sua prevalência parece ser substancialmente mais elevada e, à semelhança de outros territórios, as lesões progridem frequentemente para a oclusão completa com perda de massa renal. O tratamento contemporâneo é baseado em três opções: terapêutica médica isolada, cirurgia convencional e intervenção endovascular. A cirurgia aberta continua a ter um papel importante em doentes seleccionados. A moderna intervenção endovascular na doença aterosclerótica utiliza plataformas de baixo per?l e a utilização sistemática de stents. Associa-se a sucesso técnico elevado e baixo risco mas a taxade re-estenose é elevada (10-20%) pelo que a monitorização dos procedimentos é aconselhada. Estes bons resultados reportados em séries pessoais ou institucionais não foram reproduzidos em estudos prospectivos onde doentes de maior risco e com indicações clínicas mais claras podem ter sido excluídos. Os autores discutem as limitações dos ensaios randomizados e defendem que a angioplastia renal deve continuar a ser realizada selectivamente em doentes com as indicações clínicas clássicas e estenoses graves cujo impacto hemodinâmico deve ser avaliado sistematicamente. Em doentes assintomáticos e/ou com lesões menos estenosantes o tratamento médico é a primeira opção e antes de considerar qualquer tipo de revascularização deve ser realizada uma avaliação cuidadosa.

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Bibliographic Details
Main Authors: Pedro,Luís Mendes, Fernandes e Fernandes,José
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular 2014
Online Access:http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-706X2014000100003
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