Comportamento antissocial na adolescência: o papel de características individuais num fenómeno social

Os comportamentos antissociais são mais prevalentes na adolescência em relação a outras etapas do ciclo vital, constituindo um desafio assinalável já que ocorrem numa etapa em que os indivíduos enfrentam importantes tarefas de construção de identidade e estabelecimento de relações sociais de forma saudável. A presente investigação estudou as relações entre comportamento antissocial e características individuais (género, personalidade, competências sociais, autoconceito e perceção de ambiente familiar) numa amostra ocasional de 489 adolescentes. Foi solicitado o preenchimento das versões portuguesas do Youth Self-Report, Questionário de Personalidade de Eysenck, Escala de Autoconceito de Piers Harris e Social Skills Questionnaire, tendo os encarregados de educação preenchido a versão portuguesa do Child Behaviour Checklist. Os resultados revelam diferenças significativas entre rapazes e raparigas e, de um modo geral, entre adolescentes com maior e menor tendência antissocial. É também confirmado o papel da personalidade, empatia, autoconceito e perceção do ambiente familiar, quer no comportamento antissocial autorrelatado, quer no comportamento agressivo reportado pelos pais. São delineadas estratégias, com base nos resultados obtidos, para intervir junto da população geral, no sentido de promover um desenvolvimento sócioafetivo saudável na adolescência e, assim, prevenir a um nível primário a escalada de comportamentos desviantes neste estádio de desenvolvimento.

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Bibliographic Details
Main Authors: Morgado,Alice Murteira, Dias,Maria da Luz Vale
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade Portuguesa de Psicologia da Saúde 2016
Online Access:http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862016000100003
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