Experiências relacionais precoces, vulnerabilidade ao stress, estratégias de coping e adaptação à decisão e experiência de interrupção voluntária da gravidez
A decisão de interrupção voluntária da gravidez (IVG) constitui uma experiência emocionalmente exigente, que implica a mobilização de recursos pessoais por parte da mulher. É importante identificar os factores psicológicos que podem condicionar a forma como as mulheres se ajustam a esta resolução reprodutiva, de modo a preparar estratégias de intervenção psicológica adequadas. Este estudo prospectivo teve como objectivo investigar a relação entre a recordação dos estilos educativos dos pais, a vulnerabilidade ao stress e as estratégias de coping de 53 mulheres que procuraram a Consulta de Aconselhamento Reprodutivo da Maternidade Dr. Daniel de Matos dos Hospitais da Universidade de Coimbra entre Dezembro de 2007 e Março de 2008 para interromper a gravidez, e a sua adaptação no período da decisão e após a IVG. Os estilos educativos parentais (EMBU - Memórias da Infância) e a vulnerabilidade ao stress (23QVS) foram avaliados no período da decisão. Os estilos de coping (COPE Inventory adaptado à experiência de IVG) foram avaliados após a IVG. A adaptação (Escala de Avaliação das Emoções, Inventário de Sintomas Psicopatológicos) foi avaliada nos dois momentos do estudo. Em ambos os momentos de avaliação, a sobreprotecção materna e a vulnerabilidade ao stress revelaram associações positivas com indicadores de psicopatologia e reactividade emocional negativa, à semelhança do uso de estratégias de coping religioso, ventilação emocional e negação, no período pós-IVG. São debatidas as implicações destes resultados para a investigação e prática clínica.
Main Authors: | , , |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Sociedade Portuguesa de Psicologia da Saúde
2010
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Online Access: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862010000200003 |
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