Desrespeito e revolta

Uma crítica social frutífera precisa questionar, também, se as ações ou condições sociais que inicialmente provocam apenas sentimentos difusos de mal-estar ou de vergonha, não deveriam, de preferência, suscitar revolta. Uma das mais frutíferas propostas teóricas para dar conta dessa tarefa é a Teoria do Reconhecimento de Axel Honneth, com a qual ele pretende substituir a ênfase habermasiana em nossas práticas comunicativas como fundamento da Teoria Crítica. Contudo, nessa abordagem inovadora, é exatamente a forte ênfase de Honneth no autorrelacionamento individual (como núcleo de uma teoria formal do Bem) que conduz a uma incorreta interpretação por parte dele dos principais aspectos da revolta capazes de provocar o avanço. Neste artigo, eu analiso mais precisamente a contribuição que a ideia de uma autorrelação bem-sucedida (como suposto telos) realiza dentro da teoria do reconhecimento, porém, ressaltando suas limitações.

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Bibliographic Details
Main Author: Iser,Mattias
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Programa de Pós-Graduação em Sociologia - UFRGS 2013
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-45222013000200004
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