Modos de vida e modos de beber de jovens indígenas em um contexto de transformações
Através de uma pesquisa etnográfica, analisaram-se as interações entre os atuais modos de vida e de beber de jovens indígenas de uma populosa localidade do Alto Rio Negro. Para tanto, se utilizou um modelo teórico que permitiu decompor e articular a realidade social em diferentes níveis. Observou-se que houve a multiplicação das situações em que se bebe, que são associadas a mecanismos tanto de demarcação de pertencimento como de explicitação de diferenças intergrupais. Atualmente, os jovens inserem-se em múltiplas redes de interação. Através delas, podem criar ambientes juvenis de consumo de álcool, beber longe dos pais e comprar bebidas industrializadas. Com a introdução da escola e o abandono dos rituais de iniciação, o status do jovem tornou-se incerto e sobre ele incidem de forma ambígua as normas sociais de consumo de álcool, num contexto no qual não há consenso na prática cotidiana a respeito das possíveis estratégias para regular o beber juvenil. Através desta pesquisa, puderam-se aventar alternativas teórico-metodológicas para investigar as relações que se estabelecem entre os modos de vida e a produção da saúde e da doença, incorporando a esta análise a cultura (e sua transformação), a vida cotidiana (e suas contradições), as pessoas (e suas subjetividades).
Main Authors: | , , |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva
2010
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Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232010000300013 |
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