Clínica ampliada em saúde mental: cuidar e suposição de saber no acompanhamento terapêutico
Este trabalho investiga o acompanhamento terapêutico, entendido como intervenção em saúde mental baseada em cuidados domiciliares. Destacamos a importância de intervenções comunitárias privilegiando formas de lidar com o sofrimento, seja através de uma concepção médica dos sintomas, fundada na visibilidade, seja valorizando uma leitura psicanalítica que recorre à escuta. Carecendo de teorização independente que fundamente sua prática, o AT (acompanhamento terapêutico) apropria-se de teorias provenientes de outros campos do saber que guardam afinidades. Neste sentido, abordamos a influência da psicanálise e sua participação na clínica ampliada em saúde mental através da prática clínica do AT, utilizando dois conceitos operatórios de amplo alcance, que são: sujeito suposto saber, proveniente da obra de Lacan, e cuidado, derivado de Winnicott. Ambos respondem a questões do campo teórico e orientam a atuação clínica. Concluímos que o AT realiza exigências do manejo transferencial sob a forma do cuidar exercido no cotidiano do sujeito, no qual desejo e subjetividade são necessariamente reconhecidos, sem que se configure como tecnologia psicoterápica, situando-se mais propriamente como sentinela clínica no campo da psiquiatria comunitária e saúde coletiva.
Main Authors: | , , |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva
2009
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Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232009000100026 |
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