No hay vida: desmantelamentos e permanências em bateyes cubanos

Em 2002, o governo cubano publicou um documento que explicitava a necessidade de “reestruturar” o campo açucareiro. Dezenas de usinas foram, então, desarmadas e desmanteladas, deixando os bateyes sem aquilo que lhes trazia “vida” e “movimento”. Neste artigo, intento apresentar como esse processo de “reestruturação” e, ao mesmo tempo, “deterioração” foi percebido, avaliado e ultrapassado pelas pessoas que foram diretamente afetadas por ele. Para tanto, conjugo, numa espécie de descrição por contraste e modulação de escala, as perspectivas do Estado - representada pelos programas de ação e pela construção de uma ideia de “eficiência” - e dos moradores de diferentes áreas que viviam da produção de açúcar, para os quais a formulação de temporalidades e o manuseio de materiais aparecem como formas de reajustar um mundo rompido. Do início ao fim, demonstro como o açúcar, ausente, mas presentificado em arruinamentos, é uma substância de longa duração que produz paisagens e altera subjetividades.

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Bibliographic Details
Main Author: Castro,Carlos Gomes de
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Centro em Rede de Investigação em Antropologia - CRIA 2020
Online Access:http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612020000200006
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