Como avaliar a investigação clínica. O exemplo da avaliação crítica de um ensaio clínico

O papel da ciência na prática clínica é, hoje em dia, absolutamente insubstituível. A publicação permanente de estudos e ensaios clínicos produz evidência (prova científica) de boa qualidade, sobre a qual é possível o médico tomar decisões sólidas, mesmo que num contexto de incerteza e risco. Para além disso, a combinação entre a gestão de recursos cada vez mais escassos e dispendiosos por um lado, com responsabilização dos médicos por parte da sociedade na prestação de cuidados eficazes mas custo-efectivos, por outro, cria novas exigências de rigor e racionalização da prática médica. Hoje em dia, a evidência científica proveniente de estudos clínicos pode caracterizar-se - em relação à existente digamos há 30 anos atrás - em três pontos: 1) existe muito maior quantidade de estudos; 2) a qualidade destes é muito melhor; e 3) estes podem pode ser rápida e eficazmente localizados (através de meios informáticos que pesquisam as grandes bases de dados biomédicas). Portanto a questão não deverá ser “Existe uma resposta para a minha questão?” (a resposta será na maior parte dos casos afirmativa), mas sim “Estes dados que encontrei são fiáveis?”. Por estas (e outras) razões, torna-se absolutamente fundamental que o médico saiba analisar a qualidade metodológica dos artigos que seleccionou para ler. Neste artigo apresentamos, como exemplo de avaliação da investigação clínica, um esquema de análise crítica de ensaios clínicos.

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Bibliographic Details
Main Author: Carneiro,António Vaz
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia 2008
Online Access:http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0872-81782008000100007
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