Vírus Zika: Emergência de um Velho Conhecido
O vírus Zika foi descoberto há setenta anos, no Uganda, sendo a primeira infecção em humanos reportada em 1952, na Nigéria. O vírus foi sendo responsável por casos de infecção esporádicos em África e na Ásia. Em 2007 acontece a primeira epidemia por este vírus, numa ilha do Pacífico, que atingiu cerca de três quartos da população e onde se verificou um curso benigno e autolimitado da infecção. Seis anos mais tarde ocorre uma epidemia sem precedentes na Polinésia Francesa, entre 2013 e 2014, onde é descrita pela primeira vez a síndroma de Guillain-Barré como complicação associada à infecção. Nesta altura estima-se que o vírus tenha sido introduzido no Brasil onde, no final de 2015, foi verificada a associação entre microcefalia e a infecção por vírus Zika cuja evidência, bem como de outras malformações fetais, os estudos têm vindo a comprovar. Actualmente verifica-se transmissão autóctone em mais de setenta países, através da transmissão vectorial por mosquitos do género Aedes. A transmissão da infecção por via sexual foi documentada em vários países com casos importados, contudo, não é conhecido o seu real contributo na actual pandemia devido à dificuldade em se determinar a sua ocorrência nos países onde ocorre transmissão vectorial. A estratégia na prevenção da infecção e da sua disseminação passa, actualmente, por medidas ambientais de controlo de vectores e de protecção individual.
Main Authors: | , |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Sociedade Portuguesa de Medicina Interna
2017
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Online Access: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0872-671X2017000200017 |
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