Espaços infraestruturais e vacância: traços diacrónicos na formação do território metropolitano de Lisboa
A formação do território metropolitano de Lisboa assentou numa complexa articulação entre o suporte fisiográfico e hidrográfico e o traçado de diversas redes infraestruturais, nomeadamente rodoviárias e ferroviárias, aterros e espaços portuários, limites e estruturas militares. Dessa articulação resultaram espaços de interface com tecidos urbanos de diversa natureza. A sua reconstituição e interpretação cartográfica permite descodificar as lógicas subjacentes aos processos de territorialização que, frequentemente, coexistem e se sobrepõem, resultantes também de alterações de uso e de racionalidade programática. Numa perspetiva diacrónica, revelam-se os traços da sua transformação: adições, justaposições, mas também persistências, subtrações e demolições. Alguns resultam fragmentados e desagregados, restos de estruturas que se perderam no esteio de mudanças tecnológicas e funcionais, descontinuados no espaço e no tempo. Espaços vacantes na atualidade, constituem áreas de oportunidade para intervenções tópicas, temporárias e imprevistas em lógicas de maior formalidade. Neste sentido, o artigo propõe uma leitura dos processos de infraestruturação do território metropolitano de Lisboa, focando-se no solo portuário e industrial e nas coroas de circulação, demarcação militar e equipamento da capital, articulando-a com o reconhecimento de espaços vacantes na atualidade. A partir desse confronto, propõe-se uma interpretação territorializada das relações entre infraestruturação e produção de vacâncias segundo uma pauta tipológica e temporal.
Main Author: | |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Centro de Estudos Geográficos
2018
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Online Access: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272018000200008 |
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