Crítica de cultura no feminino

O artigo analisa as inflexões de gênero no campo intelectual brasileiro, em sua interface com a crítica de cultura e literária, entre os anos de 1920 e 1960, por meio das trajetórias sociais de três mulheres expressivas, que fizeram "nome" como críticas de cultura, ensaístas e escritoras: Lúcia Miguel Pereira, Patrícia Galvão e Gilda de Mello e Souza. As três pertencem a gerações distintas e cobrem o espectro político da época: do comunismo ao socialismo, no caso de Patrícia Galvão, passando pelos círculos dos intelectuais católicos, no caso de Lúcia Miguel Pereira, ou mantendo certa distância destas questões e firmando uma identidade intelectual de tipo acadêmico, como Gilda de Mello e Souza. Vistas em conjunto e em meio aos constrangimentos derivados das relações de gênero, elas delineiam alguns dos espaços possíveis para a atuação intelectual das mulheres na época. Para não essencializar marcadores sociais que só ganham vigor analítico quando postos em relação, o artigo se fecha com uma comparação entre o campo intelectual e teatral, com o propósito de contrastar as oportunidades de carreiras e as maneiras distintas de fazer um "nome" que se abriram para as intelectuais e as atrizes no período.

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Bibliographic Details
Main Author: Pontes,Heloisa
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social - PPGAS-Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ 2008
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93132008000200009
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