Estrutura ou sentimento: a relação com o animal na Amazônia
Uma certa tradição antropológica tende a interpretar a simbólica da caça como uma maneira de exprimir a ambivalência, até mesmo a má consciência, que todos os humanos sentiriam ao matarem animais. Se essa interpretação parece legítima no quadro das sociedades modernas, marcadas desde o século XIX por uma evolução profunda das sensibilidades nesse domínio, ela não parece sê-lo para as sociedades pré-modernas, sobre as quais se pode duvidar que partilhem a mesma moral que os cidadãos euro-americanos do fim do século XX. O exemplo do tratamento da caça na Amazônia indígena mostra que a relação com o animal ali é menos determinada por uma gama de sentimentos universais que por esquemas de comportamento enraizados nos sistemas cosmológicos, ontológicos e sociológicos característicos dessa área cultural.
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social - PPGAS-Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
1998
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Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93131998000100002 |
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