Cólera e medicina ambiental no manuscrito 'Cholera-morbus' (1832), de Antonio Correa de Lacerda (1777-1852)

Na primeira metade do século XIX, o paradigma ambientalista predominou nos debates médicos. No Brasil, ele foi responsável pela construção de uma agenda higienista que condicionou a atuação dos médicos e deu a chave interpretativa para os problemas relacionados à saúde pública. Neste artigo abordam-se estas e outras questões, a partir de um texto do médico português Antonio Correa de Lacerda (1777-1852), que viveu em Belém (PA) e São Luís (MA) entre 1818 e 1852. Trata-se do manuscrito 'Cholera-morbus', de 1832, ano em que a epidemia atingiu Paris. Nele, Lacerda mobiliza diferentes conhecimentos para apresentar uma explicação coerente sobre a doença, permitindo-nos acompanhar uma interpretação anticontagionista calcada na clínica anatomopatológica e como pôde um médico provincial produzir conhecimentos originais sobre a relação entre clima, saúde e cultura, inclusive sobre o uso medicinal de plantas amazônicas.

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Bibliographic Details
Main Author: Sanjad,Nelson
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz 2004
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702004000300004
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