Maternidade marcada: o estigma de ser mãe com deficiência visual

Resumo Este artigo, que pretende ampliar a discussão sobre deficiência e maternidade, valorizando a experiência de mulheres com deficiência visual, refere-se a um recorte dos dados da pesquisa de mestrado Dar à luz quando não se vê: relatos de mulheres com deficiência visual sobre a maternidade, que analisou a construção da maternidade no relato de mães com deficiência visual por meio de entrevistas não dirigidas. A compreensão, interesse e problematização das participantes em relação à maternidade e ao seu exercício, os desdobramentos desse novo arranjo social e a demarcação de gênero implicada no cuidado com os filhos motivam o aprofundamento da temática e apontam para a necessidade de que o conceito de “estigma” englobe também a maternidade de mulheres com deficiência. Os relatos das participantes mostraram dois aspectos relacionados à maternidade: a estigmatização de ser mãe cega e a ideia de amor materno sacrificial, uma posição de gênero e até de identidade, na qual a mulher com deficiência, com inúmeras barreiras sociais, é levada a cuidar dos filhos e, ainda assim, não receber a legitimação social desta nova posição, limitando desta forma sua nova identidade como mãe.

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Bibliographic Details
Main Authors: Belo,Léa Carla Oliveira, Oliveira Filho,Pedro de
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo. Associação Paulista de Saúde Pública. 2018
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902018000300957
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