Memórias dos corpos sem órgãos nas duas Agdas, de Hilda Hilst

Resumo: “Alguém lhe toca, minha senhora? Ele disse isso.” É uma pergunta que move o conto Agda (1), de Hilda Hilst. A indagação é feita pelo médico de Agda, personagem um tanto deslocada psicossocialmente de sua rede interpessoal. Esse conto faz parte do livro Kadosh, no qual há outro conto com título idêntico, Agda (2). Hilda Hilst representará e expressará dois de seus temas culturais recorrentes: o corpo feminino envelhecendo e a preparação para a morte. As duas Agdas complementam-se nos enfrentamentos às formações discursivas excludentes que tentam submetê-las a subjetivações avessas aos seus desterritorializantes desejos. Em contexto socioestético, analisaremos os dois contos perspectivados por Michel FOUCAULT (2011; 2006a; 2006b; 2001) em relação aos cuidados de si e às tradições de preparação para a morte. Também abordaremos a produção do Corpo sem Órgãos (CsO) e seu corolário psicossocial pensado por Gilles DELEUZE e Félix GUATTARI (1995; 1996), entre outros referenciais sobre transversalidades subjetivas, erotismo, velhice e finitude.

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Bibliographic Details
Main Author: Santana,Jorge Alves
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Centro de Filosofia e Ciências Humanas e Centro de Comunicação e Expressão da Universidade Federal de Santa Catarina 2018
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2018000200216
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