Indivíduo, subjetivação e cultura

É sempre num sentido substancialista que compreendemos a noção de diferença: diferenças existiriam, seriam dadas, e nossa responsabilidade estaria em nos adaptarmos a elas. Quer se valorizem, quer se critiquem nossas sociedades pós-modernas, elas parecem situar no cerne de suas atenções a preocupação com as diferenças individuais. O objetivo deste artigo é considerar essa valorização e essa crítica, sem privilegiar uma ou outra. Tomando apoio em Montaigne, procura mostrar que o indivíduo não é assimilável a uma realidade substancial e estável, e que, se quisermos refletir sobre o que seria, na educação, a preocupação com a individualidade, é outra a direção que deveremos tomar. O que seria, assim, uma "educação principesca", a admitirmos que esse tema clássico da filosofia da educação seja o tema em que a filosofia reflete essa preocupação com o indivíduo, com Montaigne particularmente, mas também com Emerson, Nietzsche, Dewey e, mesmo, Kant? Em que medida, além disso, a educação do indivíduo assim compreendida se articula com a preocupação com a cultura e as suas obras, a ponto de permitir nossas condições de subjetivação?

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Bibliographic Details
Main Author: Vincent,Hubert
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: UNICAMP - Faculdade de Educação 2015
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73072015000100069
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