(In)comunicabilidade e tolerância na educação: notas a partir de Nietzsche e Merleau-Ponty

O ensaio recoloca a questão do silêncio diante da (dis)função social da linguagem na Educação. Assume que o prestígio das narrativas e sua ampla difusão nos espaços educativos respondem a uma nova modalidade de controle social, numa sociedade pautada pelo fascínio da linguagem e da comunicação, supostos operadores da tolerância como valor social desejável. Sustenta que a carência de um tratamento mais criterioso das diferentes posições filosóficas sobre a linguagem acaba provocando um efeito simplificador: o prestígio das perspectivas historicistas instaladoras de verdades supostamente metalinguísticas e/ou uma popularização da ingênua noção de autocriação narrativa. São percorridos sumariamente dois exemplares que permitem um contraponto à transparência comunicativa, onde o silêncio surge como forma particular de expressão: Merleau-Ponty, em "A linguagem indireta e as vozes do silêncio" e Nietzsche, em "Convalescença". Ao cabo, retomamos o tema da tolerância na Educação para recolocá-lo no trabalhoso lugar da luta política, nada transparente ou apaziguador.

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Bibliographic Details
Main Authors: Ratto,Cleber Gibbon, Henning,Paula Corrêa
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: UNICAMP - Faculdade de Educação 2011
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73072011000100010
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