Psicanálise e ciência: a equação dos sujeitos

Resumo Pretendemos demonstrar que a afirmação de Jacques Lacan de que a ciência moderna foi a condição de possibilidade de surgimento da psicanálise deriva um conjunto de proposições: há ciência moderna; a psicanálise só pôde surgir na modernidade do pensamento; e entre psicanálise e ciência há uma lógica de compatibilidade. Para tanto, a partir da epistemologia procuramos definir o estatuto de um mundo afetado pela atividade científica moderna em oposição a um mundo antigo. Isso nos levou à axiomática do corte maior decorrente do pensamento de Descartes e da física matematizada, que propõe haver uma cesura que afeta todos os discursos compossíveis. Com a matematização do pensamento, as qualidades do existente são abolidas, fornecendo terreno propício para o surgimento do sujeito do inconsciente, que Lacan irá alocar entre significantes, promovendo uma teoria do sujeito essencialmente moderna.

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Bibliographic Details
Main Authors: Biazin,Rafael dos Reis, Kessler,Carlos Henrique
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo 2017
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642017000300414
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