Evitação e proibição do incesto: fatores psicobiológicos e culturais

Resumo Embora historicamente a regulação proibitiva do incesto seja considerada um fenômeno cultural quase universal que não é influenciado por fatores psicobiológicos relativos à história evolutiva da espécie humana, evidências recentes têm questionado essa visão tradicional e defendido que a evitação e a proibição do incesto são influenciadas biológica e cognitivamente com a cultura. Este artigo objetiva desenvolver uma discussão teórica acerca da inibição e proibição do incesto, enfatizando os mecanismos evolutivos subjacentes a esses fenômenos. Argumenta-se a existência de mecanismos endógenos que evoluíram porque inibem a atividade sexual entre parentes próximos e que formam a base para regular socialmente a proibição do incesto (mecanismo exógeno). Destaca-se o efeito Westermarck, no qual a proximidade de pessoas que vivem juntas desde a infância provoca uma aversão ao intercurso sexual entre elas. A ausência de propensão ao incesto e sua proibição institucional constituem uma complexa integração entre fatores psicobiológicos e culturais.

Saved in:
Bibliographic Details
Main Author: Holanda Júnior,Francisco Wilson Nogueira
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo 2017
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642017000200287
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!