As críticas de Henri Bergson e de Maurice Merleau-Ponty aos enfoques materialistas do problema corpo-mente
Neste artigo, apresentamos as críticas de Henri Bergson e de Maurice Merleau-Ponty aos enfoques materialistas do problema corpo-mente. Tais enfoques são intrinsecamente ligados às ambições científicas, inauguradas com a modernidade, de totalizar os fenômenos que nos circundam e de unificar a diversidade do mundo através de um único padrão explicativo. Bergson, em uma espécie de fenomenologia do ato perceptivo, buscou suplantar as teses materialistas da relação entre mente e cérebro. Atendo-se ao paralelismo psicofisiológico, mostrou que a percepção atende às necessidades do ser vivo. Além disso, abordou a relação entre memória e cérebro, combatendo a ideia de que as recordações possuam uma tal natureza que permita que elas sejam armazenadas na massa cerebral. Já Merleau-Ponty, nA Estrutura do Comportamento, após realizar a crítica das concepções clássicas do funcionamento nervoso e depois de se apropriar dos resultados de pesquisas que apresentam o cérebro enquanto entidade coordenadora da estrutura do comportamento, apresenta uma visão do funcionamento nervoso apoiada no primado do mundo percebido a partir da noção de forma. Discutimos, ainda, as heranças filosóficas legadas por Bergson a Merleau-Ponty e algumas críticas deste à obra do seu antecessor.
Main Authors: | , |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo
2009
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Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642009000200004 |
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